O mercado global de petróleo presenciou um movimento notável, com o preço do barril de Brent atingindo o patamar mais baixo desde 2020. A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aumentar a produção, injetando mais de 400 mil barris diários na oferta mundial, desencadeou essa baixa nos preços. Naturalmente, o consumidor brasileiro acompanha de perto essa queda do petróleo, nutrindo a expectativa de que os preços da gasolina no Brasil também sigam essa tendência.
Contudo, a realidade nos postos de combustíveis ainda não reflete esse cenário internacional. Desde maio de 2023, a Petrobras implementou uma nova política de preços que não acompanha de forma automática a paridade internacional. Essa nova metodologia considera o custo alternativo para o cliente e o valor marginal para a estatal. Embora essa abordagem vise conferir maior estabilidade, ela também pode retardar a chegada de preços mais baixos para o consumidor final.
Afinal, por que a gasolina no Brasil ainda não ficou mais barata diante da queda do petróleo no mercado global? Apesar da retração nos preços do petróleo e de outros fatores que poderiam ser favoráveis, como a desvalorização do dólar e a diminuição do preço do diesel, o preço da gasolina nas bombas brasileiras não apresentou uma redução significativa.
Um dos principais entraves reside na elevada carga tributária, com destaque para o ICMS, que representa uma parcela considerável do custo final do combustível. Essa situação tem intensificado a pressão sobre a Petrobras para que promova cortes nos preços, equilibrando essa demanda com a sua saúde financeira.
Ainda assim, a perspectiva de que o consumidor sinta algum alívio no preço da gasolina nas próximas semanas existe, desde que a tendência de baixa e a estabilidade dos preços internacionais do petróleo se mantenham. A Petrobras, por sua vez, tem adotado uma postura cautelosa antes de anunciar reduções expressivas. Enquanto isso, a população permanece atenta, aguardando que a queda do petróleo se traduza em um menor peso no orçamento familiar, com a esperada redução no preço da gasolina no Brasil.
Diversos fatores podem influenciar a possível diminuição dos preços dos combustíveis no país:
- A política de preços da Petrobras, incluindo sua estratégia em relação à paridade internacional e aos custos internos.
- A taxa de câmbio, visto que a valorização ou desvalorização do real frente ao dólar possui impacto direto nos preços.
- A carga tributária, onde mudanças na tributação, como ajustes no ICMS, poderiam atenuar os custos para o consumidor.
- A pressão política e social, já que a demanda por preços mais justos pode acelerar decisões de redução de preços.
O futuro dos preços dos combustíveis no Brasil dependerá, portanto, de uma complexa interação entre fatores econômicos, políticos e sociais. A sustentação da queda do petróleo no cenário internacional, aliada a uma gestão eficaz da política de preços da Petrobras, será fundamental para que o consumidor brasileiro possa, finalmente, sentir no bolso os efeitos dessa mudança no mercado global. Até que esse cenário se concretize, a expectativa em torno da queda do petróleo e da gasolina no Brasil continua a mobilizar a atenção de todos.

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