O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira, 8, que acredita na possibilidade de uma redução nos preços dos combustíveis. Segundo o ministro, essa redução pode ocorrer caso a atual cotação internacional do barril de petróleo do tipo Brent se mantenha estável.
Em entrevista coletiva, Silveira destacou que o preço do Brent desta semana apresenta condições para que haja uma diminuição nos valores cobrados nas bombas. Contudo, ele ressaltou que o patamar atual do Brent reflete as recentes ações do presidente dos Estados Unidos.
Os preços do petróleo brent registraram uma queda de 2% na segunda-feira, 7, atingindo o menor valor em quase quatro anos. Analistas apontam que as tarifas comerciais de Donald Trump podem levar a uma recessão nas economias globais, consequentemente reduzindo a demanda mundial por energia. o brent é uma referência internacional para a cotação do petróleo, amplamente utilizado na Europa e na Ásia.
O ministro Silveira enfatizou a necessidade de uma estabilização nessa queda do preço do Brent para que a redução se concretize. “Com a queda do Brent, se ela se mantiver, volto a dizer, é importante que haja uma estabilidade nessa queda”, declarou. Ele reiterou o objetivo do governo de buscar sempre o menor preço para o consumidor de gasolina, diesel e gás natural, afirmando que enfrentarão quaisquer interesses contrários a essa meta.
As declarações do ministro encontram eco nas palavras da CEO da Petrobras, Magda Chambriard, que na segunda-feira (08), comentou sobre a paridade internacional de preços. Chambriard adotou uma postura cautelosa diante do cenário geopolítico instável. “Não devemos fazer nada agora, enquanto o cenário geopolítico estiver com essa ansiedade e turbulência”, afirmou. A CEO da Petrobras também indicou que a empresa não pretende repassar a instabilidade do mercado internacional para os preços internos dos combustíveis.
De acordo com dados da Petrobras, o preço médio do litro do diesel para o consumidor é de R$ 6,38, enquanto o da gasolina é de R$ 6,31.
A política de preços de combustíveis da Petrobras passou por mudanças no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Anteriormente, os preços seguiam a cotação internacional do petróleo. a nova abordagem busca diminuir a volatilidade interna, evitando o repasse imediato das oscilações do mercado global. Apesar de a nova metodologia ser alvo de críticas quanto à transparência, o ministro Alexandre Silveira defendeu a atuação da estatal. “A Petrobras tem a sua autonomia, a sua governança interna, uma empresa listada em bolsa, inclusive em bolsa em Nova York e, portanto, a gente respeita sua governança, mas nós temos o direito de implementar políticas públicas a favor do povo brasileiro, que sejam para todos, não só para ela”, concluiu Silveira.

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