A Secretaria de Segurança Pública do Piauí divulgou áudios de suspeitos presos na operação Codinome, em que trocam informações sobre homicídios e tráficos de drogas. Na ocasião, um dos homens diz a outro que para entrar no “quadro restrito” do grupo criminoso ele precisa cometer pelo menos dois homicídios por semana. Segundo a polícia, trata-se do ‘batismo’ na fase de recrutamento par aintegrar as facções.
– Mas tu mata bem, irmão?
– Rapaz, irmão, tá ligado, né?
– Hum?
– ‘Nós desenrola’, já ‘derrubei’ uns dois, já.
– É, pra entrar no quadro da restrita, tem que pelo menos matar uns dois por semana, irmão.
Segundo o secretário de Segurança, Fábio Abreu, os áudios confirmam as ações dos grupos como tráfico de drogas, homicídios e roubos. Além disso, algumas ordens eram repassadas sob forma de “batismo” para que os novos recrutados integrem as facções.
“As decisões eram de membros que estavam nos presídios e os da rua faziam a execução. Fizemos a operação porque queríamos prevenir que essas facções aumentassem a atuação na capital. Acompanhamos a ação dessas pessoas por quatro meses, cumprimos 21 mandados de prisão e prendemos cinco em flagrante”, explicou.
Duas facções, uma do Maranhão (Bonde dos 40) e uma de São Paulo (PCC) – com células no Piauí, estavam em conflito na cidade de Teresina por disputas de territórios de tráfico de drogas.
Os confrontos teriam resultados em quatro homicídios e tinham sido ordenados de dentro dos presídios por presos considerados líderes dos grupos criminosos. Segundo o G1/PI, a polícia não deu detalhes sobre as víitmas dos homicídios.
“Graças a uma parceria entre a SSP e a Sejus, foi detectado que esses presos se apresentavam como lideranças e buscam efetivar crimes fora das penitenciárias. Com isso, fizemos a operação Ensure e conseguimos retirar toda a comunicação da Penitenciária Ribamar Leite”, explicou.
A Operação Codinome cumpriu 21 mandados de prisão, dos 26 que foram expedidos. No cumprimento dos 28 mandados de busca e apreensão, cinco pessoas foram presas em flagrante.
Dos 21 que foram presos, segundo a polícia, 12 são membros de uma facção e nove são de outra.
De acordo com os secretários de Justiça e de Segurança, os principais nomes dos grupos vão ficar isolados nas penitenciárias do Piauí para que não haja contato com outros presos e que seja impedida uma possível tentativa de comunicação externa.
A operação Codinome vem dos nomes falsos usados pelos investigados na tentativa de impedir as investigações.
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