O peixe-morcego, que tem como nome científico Ogcocephalus vespertilio, da família Ogcocephalida, estava na praia do bairro Aparecida. Segundo a bióloga Carolina Pacheco Bertozzi, professora de Oceanografia do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte) e diretora do Projeto Biopesca, o incêndio pode não ter sido o único responsável pelo aparecimento do peixe. "A espécie é relativamente comum na Baixada Santista, sendo capturada como fauna acessória na pesca de arrasto. Por não possuir importância econômica, os exemplares de peixes-morcegos capturados são devolvidos ao mar, muitas vezes já mortos, o que pode ter ocasionado o aparecimento deste exemplar na praia", explica.
Segundo a bióloga, a espécie, que pode chegar a 30,5 centímetros de comprimento, é encontrada do Norte do Brasil até a foz do Rio da Prata, na Argentina. "O peixe-morcego é um predador noturno, que se alimenta no fundo do mar de pequenos invertebrados, como camarões, pequenos caranguejos, siris, vermes poliquetas e outros. Durante o dia, permanece escondido entre as rochas, saindo à noite em busca de suas presas, ‘andando’ sobre as suas nadadeiras pares (peitorais e pélvicas) modificadas", descreve.
A relação da mortandade de peixes com o incêndio no Porto de Santos ainda não está comprovada. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) fez coletas da água do mar e de alguns peixes em quatro pontos do estuário, a previsão é que em uma semana saia o laudo que indicará o que realmente aconteceu. A Copersucar, proprietária dos seis terminais atingidos pelo incêndio, informou, por meio de nota, que já entrou em contato com a Cetesb para avaliar a situação.