Dilma passa mal ao fim do debate presidencial

Política

O eleitor mais desatento talvez tenha estranhado a pergunta da presidenta Dilma Rousseff (PT) sobre o que o candidato Aécio Neves (PSDB) pensava a respeito de pessoas que dirigem embriagadas ou sob efeito de drogas. O eleitor mais atento sacou na hora: era uma insinuação. Uma casca de banana daquelas.
Aécio, que na semana passada se desviou de uma pergunta semelhante sobre agressão a mulheres, engoliu a seco, mas, para espanto dos eleitores – os atentos e os desatentos – respondeu. No debate organizado nesta quinta-feira 16 pelo SBT e o portal UOL, ele admitiu ter errado ao se recusar, há cerca de três anos, a fazer o teste do bafômetro em uma blitz policial no Rio. O mesmo episódio foi usado um dia antes pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para questionar o caráter do ex-governador de Minas.
“A senhora devia ser mais direta. Sim, errei. Dirigi, fui parado, estava com documento vencido e não fiz exame. Me arrependo.”

Aécio disse que a adversária ofendia a população quando tentava ofender, a ele e a sua família, com insinuações. E que a presidenta faria melhor se dissesse o que pretende fazer com o País a partir de 1º de janeiro, em vez de olhar para o retrovisor. Ele ganhava ali o debate após ter sido batido no primeiro duelo, há dois dias, na TV Bandeirantes – quando teve de responder a acusações sobre improbidade administrativa e nepotismo. Antes, o tucano havia citado um irmão da presidenta que, segundo ele, trabalhou como funcionário-fantasma da prefeitura petista de Belo Horizonte.
Goste-se ou não, estava ali a versão mais bem acabada de um Aécio que os petistas mais deploram: irônico, escorregadio, ora cínico e vitimizado. Mais de uma vez ele acusou a adversária de promover uma campanha caluniosa. E chegou a defender, sem óleo de peroba, a importância estratégica da construção de um aeroporto em uma fazenda desapropriada do tio – que, até onde se sabe, ficava com as chaves.

“Isso é feio, candidato”, chegou a dizer a presidenta após ouvi-lo defender a obra. Ela encarnava ali a versão, também mais bem acabada, de uma Dilma que os tucanos refutam: sem traquejo, irritada, ora arrogante, cheia de números sobre realizações do governo. Foi neste ponto que Aécio contra-atacou, ao dizer que a presidenta era acomodada com os índices sobre inflação e segurança e se colocar como candidato capaz de promover mudanças. Para o eleitor que não gosta nem de um nem de outro, pode ter alcançado alguma simpatia naquele momento.
A todo instante, Dilma tentava colocar o adversário na lona para desconstruir sua imagem de bom gestor. Ia melhor quando apresentava números, como a dos investimentos em mobilidade urbana, e chamava o senador de “mal informado”. Mas, para cumprir a estratégia, dedicou parte do debate a falar de problemas da administração tucana em Minas, da qual dizia ter saído para fugir da ditadura – numa insinuação de que o rival andava pelo país, sobretudo o Rio, onde morava, a passeio.
Aécio se desviou do assunto dizendo que, ao atacá-lo, a presidenta, nascida em Belo Horizonte, como ele, atacava a população mineira. Ele perguntou, ironicamente, se ela tinha interesse em governar o estado, e ouviu como resposta que ele não poderia falar em nome do povo minero. Era o início a uma briga paralela em meio à disputa presidencial: mostrar ao eleitor quem gosta mais do seu estado de origem.
Dilma tinha a chance de desconstruir um adversário que, em meio à propaganda sobre eficiência de gestão, escorrega em uma série de episódios que o contradizem. A estratégia funcionou até agora: as pesquisas de intenção de voto mostram uma eleição parelha em um momento favorável ao rival, que durante a semana obteve o apoio de Marina Silva (PSB) e da família Campos. Mas pode ter pecado por exagerar na dose do mesmo remédio.
Aécio, dessa vez, demonstrou mais segurança. Não significa que tenha apelado pouco. Ele, que se queixou das críticas à nomeação de sua irmã para trabalhar em seu governo, em vários momentos tentou associar a presidenta e seu partido a escândalos ainda sob investigação. Mas saía com um trunfo do embate: poderia dizer que a adversária se desesperava ao usar sua vida pessoal para atacá-lo.
Ao fim do encontro, em entrevistas aos repórteres do SBT, Aécio dizia lamentar o nível da campanha, como se não tivesse parte dela. E Dilma começou a falar frases desconexas antes. Não se sentia bem. A pressão da presidenta baixara, e ela precisou ser atendida.
Àquela altura, os eleitores mais atentos se questionavam se a estratégia petista de citar um episódio na vida pessoal de Aécio era uma bala de prata ou um tiro no pé. E se haveria eleitores suficientes conectados ou antenados no debate para tirar suas conclusões.

Fonte:Yahoo

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