Bancos disparam e Bolsa tem maior alta em oito meses; dólar comercial cai e fecha a R$ 3,60

Comércio

As ações de bancos dispararam nesta quarta-feira (26) e levaram a Bolsa brasileira à maior alta diária em oito meses. O avanço ocorreu após comissão do Congresso aprovar alíquota menor de tributo que incide sobre o lucro das instituições financeiras. No mercado cambial, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou em leve queda de 0,19%, para R$ 3,60.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo, subiu 2,06%, para R$ 3,640 —maior patamar desde 14 de fevereiro de 2003, quando encerrou cotado a R$ 3,668. Corrigido, esse valor equivaleria a R$ 5,83. Na máxima, ambos atingiram R$ 3,65.
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em alta de 3,35%, para 46.038 pontos. Foi a maior variação positiva diária desde 17 de dezembro do ano passado, quando a Bolsa subiu 3,63%.
A valorização da Bolsa acompanhou os mercados americanos e também ocorreu após decisão da comissão mista no Congresso responsável pela análise prévia da medida provisória 675, que eleva a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de instituições financeiras.
A comissão estabeleceu a alíquota do imposto em 20% até 1º de janeiro de 2019, quando volta a vigorar o percentual de 15%. A decisão representa um alívio para os bancos, pois a proposta inicial era de aumento da alíquota para 23%. A medida provisória segue ao plenário da Câmara dos Deputados e depois, ao do Senado.
Os papéis de bancos dispararam com a notícia. As ações do Itaú Unibanco avançaram 6,04%, para R$ 27,37, enquanto os papéis preferenciais do Bradesco subiram 4,92%, para R$ 24,04. As ações do Banco do Brasil tiveram alta de 4,92%, para R$ 18,57.
Ações de siderúrgicas, bastante penalizadas nos últimos pregões por causa das dúvidas sobre a economia chinesa, também fecharam em forte alta. Os papéis da CSN subiram 12,95%, enquanto as ações preferenciais da Usiminas subiram 7,84% e os papéis da Gerdau avançaram 6,56%.
As ações da mineradora Vale fecharam no azul após três dias seguidos de queda. Os papéis preferenciais subiram 2,93%, para R$ 12,63, e os ordinários avançaram 3,58%, para R$ 15,90. Os papéis da Petrobras também fecharam em alta pelo segundo dia seguido. As ações preferenciais subiram 2,66%, para R$ 8,11, e as ordinárias avançaram 2,82%, para R$ 9,13.
“No curtíssimo prazo, a única certeza é que a volatilidade vai continuar. Estamos aproveitando a volatilidade para comprar ações que consideramos ter bom potencial de recuperação. É preciso ser paciente e manter a estratégia. Não há como ter reação num cenário de fortíssima volatilidade”, afirma James Gulbrandsen, sócio da gestora NCH Capital.
 
CHINA As medidas anunciadas pelo banco central chinês não surtiram efeito sobre as Bolsas do país. Na terça-feira, após o fechamento dos mercados chineses, o banco central cortou a taxa de juros de empréstimos e flexibilizou o nível de compulsório para os bancos. Apesar disso, a Bolsa de Xangai, a mais importante da China, se desvalorizou pelo quinto dia seguido.
O índice composto teve queda de 1,27%. Já a Bolsa de Shenzhen caiu 3,05%, também pela quinta sessão. Em uma semana, os índices acumulam desvalorização de 22,85% e 23,68%, respectivamente.
Nesta quarta-feira, o banco central chinês injetou 140 bilhões de yuans no sistema bancário em uma tentativa de combater a fuga de capitais do país, provocada pela desvalorização do yuan. Na Europa, as principais Bolsas fecharam em baixa também afetadas pelas preocupações com China. Em Londres, o índice FTSE-100 recuou 1,68%, a 5.979 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,29%, para 99.997 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,40%, para 4.501 pontos. Em Milão, o índice FTSE-MIB teve desvalorização de 0,81%, a 21.473 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,29%, a 99.984 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 se desvalorizou 0,99%, para 5.164 pontos. EUA As Bolsas americanas, que fecharam em baixa na terça-feira, se recuperaram nesta sessão.
O índice Dow Jones teve alta de 3,95%, enquanto o S&P 500 se valorizou 3,90% e o índice da Bolsa Nasdaq subiu 4,24%. O Departamento do Comércio americano informou nesta quarta que as encomendas de bens de capital fora do setor de defesa e excluindo aeronaves subiram 2,2% no mês passado, maior aumento desde junho de 2014.
O crescimento veio na sequência de uma alta de 1,4% em junho, segundo números revisados. Já as encomendas de bens duráveis como um todo subiram 2,0% em julho. O dado reforça a recuperação da economia americana, mas talvez não seja suficiente para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) eleve os juros no país ainda este ano -decisão que tornaria os títulos americanos mais atrativos e pressionaria o dólar em alta, com a saída de investidores de países emergentes, mais arriscados.
Na ata referente ao último encontro do comitê de política monetária do Fed, os membros da autoridade monetária já expressavam preocupação com a China. Diante das turbulências registradas na última semana, podem ficar mais propensas a elevar os juros apenas em dezembro. Há quem aposte em um aumento apenas em 2016.
Declarações do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afastaram ainda mais a possibilidade de aumento em setembro. Segundo ele, parece menos apropriado que o banco central americano aumente os juros no mês que vem, tendo em vista que a recente turbulência nos mercados globais aumentou os riscos à economia americana. Ele afirmou que a perspectiva de elevação do juro em setembro “parece menos convincente agora do que era há algumas semanas”. DÓLAR O aumento da CSLL também ajudou a conter a valorização do dólar, avalia Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil. “Traz alívio porque o aumento da CSLL é parte de um ajuste fiscal que o Congresso está votando. Significa mais receita para o governo”, diz.
O mercado também aliviou a pressão sobre o dólar comercial após a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de dar mais 15 dias para que a presidente Dilma Rousseff responda a dois novos questionamentos sobre irregularidades nas contas de governo de 2014. Mas a queda é pontual, na avaliação de Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. “Em termos gerais, o movimento continua de alta. Como a moeda reage com base no noticiário, e não em fundamentos econômicos, a volatilidade aumenta”, diz. “O mercado está pessimista. Quando há pessimismo, há fuga para mercados mais seguros, como o de dólar. O mercado continua numa tendência compradora”, complementa.

Fonte: Folha de S.Paulo

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