Protestos em Bagdá após queima do Alcorão na Suécia

Uma multidão de partidários do líder xiita Muqtada al-Sadr permaneceu na quinta-feira dentro do complexo por cerca de 15 minutos, depois saiu quando as forças de segurança foram posicionadas, disse um fotógrafo da agência de notícias AFP. As autoridades iraquianas ainda não fizeram qualquer declaração sobre a invasão da embaixada.

Alguns dos manifestantes atearam fogo a uma bandeira com as cores do arco-íris representando a comunidade LGBTQ e muitos seguraram o Alcorão e retratos de al-Sadr e gritaram: “Sim, sim ao Alcorão”. O Ministério das Relações Exteriores do Iraque convocou o embaixador da Suécia.

Em sua permissão para a manifestação de quarta-feira, na qual o Alcorão foi profanado, a polícia sueca disse que, embora “possam ter consequências na política externa”, os riscos de segurança e as consequências ligadas à queima do Alcorão não eram de tal natureza que o pedido deva ser rejeitado. .

A polícia sueca acusou o homem que queimou o livro sagrado de agitação contra um grupo étnico ou nacional. Em entrevista a um jornal, ele se descreveu como um refugiado iraquiano tentando bani-lo.

O ministério iraquiano disse que ele era iraquiano e instou o governo sueco a entregá-lo para que ele pudesse ser julgado de acordo com a lei iraquiana.

“As justificativas legais e a liberdade de expressão não justificam a ofensa às santidades religiosas”, disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Al-Sadr havia convocado seus seguidores a manter o protesto e exigir a expulsão do embaixador sueco, o corte de relações com a Suécia e a manutenção da queima da bandeira LGBTQ até o oitavo dia do mês lunar de Muharram porque “é o que irrita eles mais”, disse ele em um comunicado.

Incentivar o ‘terrorismo, extremismo’

A Organização de Cooperação Islâmica, de 57 membros, disse que realizaria uma “reunião de emergência” para discutir a situação.

Um funcionário da OIC disse que as negociações provavelmente serão realizadas no domingo no porto saudita de Jeddah, no Mar Vermelho.

O Irã se juntou à condenação, com o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, dizendo que a queima do Alcorão foi um “insulto” contra “santidades religiosas”.

“Chamar esses comportamentos de liberdade e democracia apenas encoraja o terrorismo e o extremismo”, alertou ele em um tuíte.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também denunciou a Suécia por permitir um protesto, obscurecendo ainda mais as chances da nação nórdica de ingressar rapidamente na OTAN.

“Nós acabaremos ensinando aos ocidentais arrogantes que insultar os muçulmanos não é liberdade de pensamento”, disse Erdogan em comentários televisionados.

“Mostraremos nossa reação nos termos mais fortes possíveis, até que uma vitória determinada contra as organizações terroristas e a islamofobia seja alcançada.”

Os EUA também condenaram, mas acrescentaram que a emissão da licença apoiava a liberdade de expressão e não endossava a ação.