Produzido em Amarante, documentário ‘Amor e Racismo Sem Medida’, será lançado dia 29 no Museu das Letras

“Por um lado, o amor sustentando a trajetória; por outro, o racismo produzindo sofrimento. O documentário tem como protagonistas duas irmãs gêmeas. Elas foram as primeiras professoras negras, na década de 1960, em uma cidade histórica, marcada pela arquitetura colonial, pensamento colonizador da elite e uma maioria da população negra e de descendência indígena. A trajetória das professoras aposentadas é anunciada no filme pela história de uma mulher negra dos fins do século XIX, expulsa de casa pelos patrões/padrinhos e, hoje, considerada Santa Auta.”

Segundo Carolina de Cássia, “a identidade das mulheres retratadas é forjada a partir de sua inserção racial, de classe e gênero. Através de uma narrativa, pautada nas expressões de preconceito de raça e classe, revelam como a religiosidade e o trabalho atravessaram suas vidas”. E conclui dizendo: “Elas construíram um discurso sobre si que, de certa forma, as protegeu e incentivou, diante da discriminação e ausência do Estado, um Estado racista. Suas narrativas são um convite à reflexão da formação do racismo estrutural e da meritocracia na sociedade brasileira; para tanto, é preciso construir uma pedagogia antirracista e combativa, a toda forma de preconceito”.

Carolina de Cássia produziu outros dois documentários, e já estão no Youtube: ‘Meu Divino Maranhão’ e ‘Enterrem meu umbigo no Quilombo Periperi‘, este último, produzido em Amarante.