A recente internação do ex-presidente Jair Bolsonaro, noticiada pela CNN Brasil, em decorrência de distensão abdominal e obstrução intestinal levanta naturalmente a questão sobre uma possível relação com o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. E a conexão entre os eventos é confirmada por um especialista da área.
De acordo com o gastroenterologista Alexandre Carlos, médico-assistente do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-FMUSP), a perfuração causada pela facada desencadeou um processo inflamatório na cavidade abdominal, resultando na formação de cicatrizes internas, tecnicamente chamadas de “bridas”. Em conversa com a CNN Brasil, o médico explicou que “[à]s vezes essas cicatrizes ‘puxam’ o intestino, causando uma obstrução parcial ou total do órgão”.
O especialista detalha que a intensidade e o impacto dessas sequelas podem variar significativamente de pessoa para pessoa. “Vai depender do grau de inflamação e da quantidade de bridas formadas”, elucida Carlos. Ele aponta que a obstrução pode se manifestar de forma temporária ou permanente, sendo que, no segundo caso, a intervenção cirúrgica se torna necessária, cenário que provavelmente se aplica a Bolsonaro.
“Mas para entender se a obstrução é temporária ou definitiva, é preciso manter o paciente por um tempo em ‘jejum’ de alimentos sólidos e alguns melhoram espontaneamente, e outros vão precisar fazer um tratamento cirúrgico”, complementa o gastroenterologista. A própria CNN Brasil reportou que Bolsonaro afirmou que deverá passar por cirurgia.
Portanto, a confirmação médica do especialista do HC-FMUSP estabelece um nexo causal direto entre a facada de 2018 e o atual quadro de obstrução intestinal enfrentado pelo ex-presidente. A inflamação e as aderências resultantes da lesão perfurante são apontadas como a origem do problema de saúde que levou à sua internação.
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