O processo até que é simples. Levar um documento com foto à agência bancária, confirmar algumas informações e pronto: está feita a comprovação de vida e renovação de senha. O problema é que muitos segurados nem sabiam que o INSS estava pedindo isso desde maio do ano passado.
Além da desinformação muitos têm dificuldades em ir até o banco. Resultado: 9,4 milhões de segurados não fizeram a comprovação exigida. A data limite era 30 de setembro, mas o INSS teve que dar mais tempo.
O prazo agora é até o dia 28 de fevereiro de 2014. Depois disso quem não fez a prova de vida deixa de receber o benefício, ou seja, fica sem a aposentadoria ou pensão. O que intriga os aposentados é ver que, em plena era da informática a previdência ainda não encontrou outra maneira de saber quem está vivo ou morto.
“A partir do momento que a gente morre, acho que o governo fica sabendo, não?”, questiona um homem.
Segundo o representante dos cartórios fica sim. A emissão de certidões de óbito tem que ser comunicada.
“Todos os cartórios de registro civil são obrigados a enviar as informações até o dia 10 do mês seguinte. O processamento das informações é todo a cargo do INSS”, explica Luís Carlos Vendramin Júnior, pres. Assoc. dos Regist. Pessoas Naturais – SP.
Apesar do acesso a informações de cartórios e do Ministério da Saúde o INSS não abre mão da presença.
“Este é um terceiro meio de comprovação que é necessária para que nos possamos fazer a gestão dos 30,7 milhões de pagamentos que nós colocamos à disposição dos nossos beneficiários”, ressalta Benedito Brunca, diretor de benefícios – INSS.
Como o grosso das fraudes é obra de quadrilhas que atuam dentro do sistema alguns idosos questionam.
“Tem tanta gente que faz falcatrua e recebe normalmente e a gente que faz tudo direitinho, certinho, tem que provar que está vivo. Acho um absurdo isso”, diz um aposentado.