O anúncio de que o Banco Regional de Brasília (BRB) compraria parte da operação do Banco Master foi seguido por uma redução nas taxas de ICDB oferecidas pela instituição. Analistas apontam que a expectativa é de que as taxas de retorno do banco se mantenham abaixo da média nos próximos meses. Além disso, a divulgação das demonstrações financeiras de 2024 do Banco Master gerou preocupação no mercado financeiro.
Os dados divulgados revelam que o Banco Master possui condições de quitar apenas metade dos compromissos assumidos com compradores de CDBs até o final deste ano. Em análise para a Jovem Pan News, Alan Ghani comentou a situação.
Segundo Ghani, a redução nas taxas de CDB, que passaram de 14,5% para 14,2% no prazo de três meses, e a diminuição das taxas oferecidas em relação ao CDI (de 140% para 110%), não solucionam o problema da dívida preexistente do banco. O analista explica que os CDBs emitidos anteriormente com taxas elevadas representam um compromisso financeiro já existente.
Ghani levanta questionamentos sobre a possível intervenção de um banco estatal para “salvar” uma instituição privada que, segundo sua análise, assumiu riscos “muito elevados, desnecessários e ineficientes”. Ele argumenta que tal ação poderia gerar um efeito de sinalização negativo para o mercado, incentivando outras instituições a assumirem riscos excessivos na expectativa de um possível resgate governamental.
O analista também oferece uma perspectiva para os investidores, alertando que a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) não implica ausência total de risco. Ghani explica que, embora o FGC ofereça uma garantia de até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, limitada a R$ 1 milhão, em casos de problemas sistêmicos ou de grande magnitude envolvendo uma instituição específica, o próprio FGC pode ter dificuldades em honrar todos os pagamentos.
Ele destaca que o comprometimento do FGC com o Banco Master atinge 42% do patrimônio líquido do fundo, um volume considerado significativo. Portanto, Alan Ghani enfatiza a importância de o investidor avaliar o risco ao adquirir títulos bancários, pois a garantia do FGC possui limites.
Em suma, a divulgação dos dados financeiros do Banco Master e a subsequente análise de Alan Ghani apontam para um cenário de preocupação no mercado, especialmente em relação à capacidade do banco de honrar seus compromissos com CDBs e aos limites da garantia oferecida pelo FGC.
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