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Dólar dispara e bolsas despencam após retaliação da China às tarifas de Trump

Last updated on 8 de abril de 2025

O dólar registrou uma forte alta e as bolsas de valores despencaram nesta sexta-feira (04), após a China anunciar medidas retaliatórias em resposta às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A reação dos mercados foi imediata ao anúncio do governo chinês de que iria retaliar o pacote de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

A disparada do dólar

No Brasil, o dólar fechou cotado em R$ 5,83, com uma disparada de 3,86% frente ao real, representando a maior valorização diária da moeda norte-americana desde abril de 2022. Durante o dia, a moeda chegou a ser negociada a R$ 5,84. A alta do dólar também ocorreu em meio a uma queda do petróleo de mais de 7% e uma desvalorização de commodities. Segundo dados do Portal do Holanda, a variação do câmbio livre mercado no dia foi de 3,65%, com o dólar sendo negociado a R$ 5,8331 para compra e R$ 5,8351 para venda.

A queda da Bolsa de Valores (Ibovespa)

Simultaneamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, caiu 2,96%, na maior queda desde dezembro de 2024. O índice fechou em 127.256 pontos, com um volume financeiro de R$ 33,703 bilhões. Esse movimento acompanhou a tendência global de aversão ao risco, em meio à escalada das tensões comerciais entre as maiores economias do mundo.

A China anunciou que adotaria tarifas de 34% sobre os produtos norte-americanos em retaliação às tarifas impostas pelos Estados Unidos. Essas tarifas chinesas passariam a valer a partir de 10 de abril. Soma-se a isso o fato de que produtos asiáticos que chegam aos Estados Unidos podem ser taxados em até 54% com as tarifas anteriores. Além das tarifas, Pequim também afirmou que restringiria a exportação de terras raras, minerais estratégicos para a indústria de tecnologia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu às medidas chinesas, afirmando que “os chineses jogaram errado e entraram em pânico”. Trump havia anunciado anteriormente uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os EUA e taxas mais altas sobre alguns parceiros comerciais. As importações chinesas seriam afetadas por uma tarifa de 34%, além dos 20% já existentes, elevando o imposto total para 54%. O Brasil também foi alvo das tarifas americanas, com uma taxa de 10%.

Justificativas e temores econômicos

A escalada da guerra comercial gerou temor entre investidores sobre o impacto nos preços, taxas de juros e perspectivas de crescimento das economias. Economistas do J.P. Morgan já levantavam a possibilidade de uma recessão mundial. Analistas apontam que as medidas podem gerar inflação nos Estados Unidos ao elevar os preços de insumos e bens de consumo, ao mesmo tempo em que reduzem a atividade econômica. O receio é de que os efeitos se espalhem para outras economias, levando o mundo a um período de recessão. Nesse cenário de incerteza, o dólar volta a ser visto como um porto seguro.

Reação dos mercados globais

Os mercados de ações ao redor do mundo também sofreram quedas significativas. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 5,63%, o Nasdaq 100 teve queda de 5,52% e o Dow Jones recuou 5,09%. As bolsas europeias também operaram em forte baixa, com o índice pan-europeu Stoxx 600 tombando 5,1%. Em Londres, o FTSE 100 recuou 4,95%, o DAX de Frankfurt caiu 4,95%, o CAC 40 de Paris teve queda de 4,26%, o Ibex 35 de Madri caiu 5,83% e o FTSE MIB de Milão recuou 6,53%. Na Ásia, o índice Nikkei de Tóquio caiu 2,75%.

O governo brasileiro lamentou a tarifa adicional sobre os produtos do Brasil e informou que avalia todas as possibilidades de resposta, incluindo um recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC). A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que estabelece critérios para a reação do Brasil a barreiras e imposições comerciais de outras nações.

Em resumo, a retaliação da China às tarifas de Donald Trump desencadeou uma forte reação negativa nos mercados financeiros globais, com alta expressiva do dólar e quedas acentuadas nas bolsas de valores, refletindo o temor de uma escalada na guerra comercial e suas potenciais consequências econômicas.

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