Tablets “baratinhos” fazem mercado crescer 150% em um ano no Brasil

Tecnologia

“Existe uma grande variedade de modelos na categoria com preço abaixo de R$ 500, mas a maioria tem tela de 7 polegadas, não mais que 4 GB de memória para armazenamento e conexão só Wi-Fi”, diz Pedro Hagge, analista da IDC. “É difícil saber quantas marcas atuam neste mercado, porque sempre surgem novas marcas, muitas delas chinesas.”
É possível encontrar tablets de fabricantes nacionais, como CCE, DL e Multilaser, com preço a partir de R$ 299 nas lojas de varejo do Brasil. Além de concorrer entre si, os modelos dessas empresas concorrem com produtos vendidos de forma ilegal e sem passar pela homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), comercializados em regiões como da rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo.
“O Brasil é um mercado diferente de outros países, porque os tablets de valores mais baixos, com conexão só Wi-Fi, respondem pela maior parte das vendas”, diz Thiago Moreira, diretor de telecom da consultoria Nielsen. Segundo dados da consultoria, que mede as vendas do varejo ao consumidor, as vendas de tablets com preço de até R$ 499 foram 1.771% maiores no primeiro semestre de 2013 em relação a igual período de 2012.
De acordo com a IDC, no segundo trimestre de 2012, os tablets com preço acima de R$ 1 mil dominavam o mercado no Brasil, com 45% de participação nas vendas dos fabricantes. No mesmo período, os tablets com preço abaixo de R$ 500 representavam apenas 17% das vendas. A situação se inverteu: agora, os tablets “baratinhos” são maioria nas vendas, enquanto os mais caros, que incluem o iPad e o Galaxy Note, viram sua fatia de mercado cair para apenas 14% do total.
De panelas de arroz a tablets
Enquanto a Apple e a Samsung oferecem poucos modelos de tablet no mercado, os fabricantes de olho no mercado de baixo custo apostam na quantidade. “Os consumidores das classes C, D e E foram esquecidos pelas grandes marcas, a gente brinca que ajudamos a popularizar o tablet no Brasil”, diz Ricardo Malta, diretor comercial e de marketing da DL, empresa que estreou no mercado em 2004 com panelas elétricas para arroz.
A empresa, que tem sede no pólo de Santa Rita do Sapucaí (MG), comercializa 30 modelos de tablets, cada um deles com um tipo de especificação diferente: há produtos só com conexão 3G, outros com TV digital e GPS e modelos com suporte a 3D (com óculos e sem óculos). “Com o mix de produtos eu posso atender melhor o consumidor, mesmo produzindo um volume menor”, diz Malta. Para 2013, a meta da DL é chegar a 2 milhões de unidades de tablets e 25% de participação no mercado brasileiro.
A tarefa não deve ser fácil, uma vez que outros fabricantes estão de olho neste mercado. Após a aquisição pela Lenovo , maior fabricante de computadores do mundo, a CCE também lançou 10 modelos de tablets com preços entre R$ 299 e R$ 799.
“Temos produtos de todos os tamanhos, com telas de 7, 8 e 10 polegadas”, diz Humberto De Biase, diretor executivo de marketing da Lenovo no Brasil. “Samsung e Apple não são marcas com as quais vamos concorrer.” Tablets com a marca Lenovo chegarão ao Brasil em março de 2014 para brigar com estas empresas pelo segmento premium.
Preço x qualidade
A Multilaser, que iniciou como fabricante de GPS e tocadores de MP3, já lançou 20 modelos de tablets no Brasil desde 2011, quando começou a investir neste mercado. Segundo Reinaldo Paleari, gerente de produtos da empresa, 60% da linha está concentrada nos tablets com preço abaixo de R$ 500. “A gente quer dobrar o volume de vendas de 2012, quando vendemos 500 mil unidades”, diz o executivo.
Entre os oito modelos da marca à venda atualmente, há modelos básicos de 7 polegadas, mas também produtos com processadores com dois núcleos e suporte a dois chips 3G, com preço na faixa entre R$ 599 e R$ 799. “O consumidor que compra o primeiro tablet é muito focado em preço. Mas depois da compra, ele vai entender melhor a diferença de ter um tablet com melhor desempenho”, diz Paleari.
Como muitas empresas que atuam neste segmento, a Multilaser enfrentou problemas para balancear a qualidade do produto com o preço baixo. “Lançamos produtos com tela resistiva de um ponto de toque e Android 2.3, que ainda estava em desenvolvimento. Percebemos que não estávamos entregando o desempenho necessário”, diz Paleari.
Segundo o executivo, todos os tablets da marca agora chegam ao mercado com tela capacitiva e versão 4 ou superior do Android.
Desde sua entrada no mercado de tablets, a DL também percebeu que é preciso investir em uma boa rede de assistência técnica para apoiar o consumidor que compra o primeiro tablet. Muitas vezes, o consumidor “acha” que o produto apresenta um defeito, mas o motivo é o desconhecimento sobre como funciona o tablet.
“Já recebemos ligações de consumidores reclamando que o Wi-Fi estava com problema, mas ele não tinha contratado um provedor de internet. Em outro caso, o tablet foi devolvido porque não tinha controle remoto”, diz Malta. “Parece que todo mundo está habituado à tecnologia, mas este consumidor não está.”
Com a explosão das vendas de tablets de baixo custo, o mercado brasileiro deve chegar a 7,2 milhões de unidades, um crescimento de 7,2 milhões de unidades. De acordo com a consultoria IDC, o mercado cresce em uma velocidade acima das expectativas: no final do primeiro trimestre de 2013, a estimativa da consultoria era de que 5,9 milhões de tablets seriam vendidos até dezembro deste ano.

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