LIMA, Peru (AP) – O governo do Peru permitirá a extradição para os Estados Unidos do principal suspeito do desaparecimento não solucionado em 2005 da estudante americana Natalee Holloway na ilha caribenha holandesa de Aruba, trazendo à família esperança de que haverá justiça no caso .
O cidadão holandês Joran van der Sloot será julgado por suposta extorsão e fraude eletrônica, acusações decorrentes do caso Holloway. A Embaixada do Peru em Washington disse à Associated Press na quarta-feira que uma ordem executiva permite sua extradição temporária.
Holloway, que morava no subúrbio de Birmingham, Alabama, tinha 18 anos quando foi vista pela última vez durante uma viagem com colegas para Aruba. Seu misterioso desaparecimento após uma noite com amigos em uma boate gerou anos de cobertura da mídia, principalmente nos tablóides e na mídia de crimes reais.
O corpo de Holloway nunca foi encontrado e nenhuma acusação foi feita contra van der Sloot no caso. Mais tarde, um juiz declarou Holloway morto.
Um grande júri no Alabama em 2010 indiciou van der Sloot por fraude eletrônica e acusações de extorsão, acusando-o de tentar extorquir $ 250.000 da mãe de Holloway em troca de informações sobre onde sua filha foi enterrada.
Um agente do FBI escreveu em uma declaração juramentada que van der Sloot procurou a mãe de Holloway e queria receber $ 25.000 para revelar a localização e outros $ 225.000 quando os restos mortais fossem recuperados. Durante uma operação policial gravada, van der Sloot apontou para uma casa onde disse que Holloway foi enterrado, mas em e-mails posteriores admitiu ter mentido sobre o local, disse o agente.
Van der Sloot está no Peru porque cumpre 28 anos de prisão depois de ser condenado pelo assassinato da estudante peruana Stephany Flores, de 21 anos, que conheceu em um cassino de Lima em 2010.
O assassinato ocorreu cinco anos após o desaparecimento de Holloway em Aruba, onde van der Sloot morava. Ela foi vista pela última vez saindo de um bar com ele.
O ministro da Justiça do Peru, Daniel Maurate, disse em um comunicado na quarta-feira que o governo decidiu “aceitar o pedido” das autoridades dos EUA “para a transferência temporária” de van der Sloot para ser processado por acusações de extorsão e fraude.
“Continuaremos colaborando em questões legais com aliados como os Estados Unidos e muitos outros com os quais temos tratados de extradição”, disse Edgar Alfredo Rebaza, diretor do Escritório de Cooperação Judicial Internacional e Extradições do Peru da Promotoria Nacional.
Um tratado de 2001 entre o Peru e os Estados Unidos permite que um suspeito seja temporariamente extraditado para ser julgado no outro país. Requer que o preso “seja devolvido” após a conclusão do processo judicial “contra essa pessoa, de acordo com as condições a serem determinadas por” ambos os países.
Em comunicado, a mãe da jovem, Beth Holloway, disse que foi abençoada por ter Natalee em sua vida por 18 anos.
“Ela teria 36 anos agora. Foi uma jornada muito longa e dolorosa, mas a persistência de muitos vai valer a pena. Juntos, finalmente estamos fazendo justiça para Natalie”. Beth Holloway disse.
O advogado Maximo Altez, que representa van der Sloot, disse à AP que vai contestar a decisão assim que for devidamente notificado pelo governo peruano.
“Vou contestar essa resolução”, disse Altez. “Vou me opor porque ele tem direito de defesa.”
Van der Sloot se declarou culpado em janeiro de 2012 de uma acusação de assassinato no assassinato de Flores.
Os promotores o acusaram de matar Flores, uma estudante de negócios de uma família importante, para roubá-la depois de saber que ela havia ganhado dinheiro no cassino onde os dois se conheceram. Eles disseram que ele a matou com “ferocidade” e “crueldade”, espancando-a e estrangulando-a em seu quarto de hotel.
Van der Sloot não pôde ser imediatamente contatado para comentar na quarta-feira. Mais de uma década atrás, ele disse a um juiz peruano que lutaria contra os esforços para ser extraditado para os EUA
Van der Sloot se casou com uma peruana em julho de 2014 em uma cerimônia em uma prisão de segurança máxima.
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A jornalista da Associated Press Regina García Cano relatou da Cidade do México.
Fonte: AP News
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