A confusão ocorreu por volta das 8 horas desta terça-feira, 10, quando os acampados, que até então ocupavam a área externa da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia, decidiram ir até o prédio da Secretaria de Segurança Pública. Eles protestavam contra a demora na investigação sobre o assassinato de Fábio Santos, um dos líderes do movimento no sul do Estado, morto a tiros em abril, no município de Iguaí – a 497 quilômetros ao sul de Salvador.
Segundo as lideranças do movimento, assim que a manifestação chegou à sede da secretaria, Pereira começou a disparar. Imagens captadas por integrantes do MST mostram o subsecretário empunhando uma pistola, apontando na direção dos manifestantes.
A assessoria de imprensa da secretaria confirmou que Pereira atirou, mas apenas uma vez, como "advertência". O órgão justificou que o subsecretário agiu para defender os servidores que já estavam no prédio de uma invasão.
Segundo a assessoria, integrantes do movimento armados com foices, facões e pedaços de madeira chegaram a entrar no prédio antes do disparo, o que foi negado pelo MST. Após o tumulto, os manifestantes resolveram montar acampamento na frente da secretaria.
Durante a tarde, o secretário de Segurança, Maurício Barbosa, recebeu os líderes do movimento para uma reunião, na qual foi discutida a investigação sobre o homicídio. Pouco depois, o MST desmontou o acampamento na frente do prédio.
Em nota, Barbosa disse que "sempre se reúne com movimentos sociais" para "solucionar problemas ligados à pasta", mas qualificou como "intolerável" a invasão de um prédio público – "notadamente um que sedia a segurança pública", disse.