O clima, que já era ruim entre jogadores e a diretoria do Botafogo, ficou pior nesta quinta-feira. Durante treino no Engenhão, o diretor de futebol Wilson Gottardo entrou em campo para falar com o grupo por quase 20 minutos. Apesar de gesticular muito e mostrar por diversas vezes a tela de seu celular, dando explicações para o elenco, os atletas não aceitaram as explicações. Eles ficaram sabendo que Dória e Gabriel foram os únicos a receberem seus salários durante a semana.
Nesta quinta, o time completou três meses sem salários, o que facilita a saída do clube pela Justiça. Criados nas divisões de base do alvinegro, Dória e Gabriel têm parte de seus direitos econômicos ligados a grupos de investidores, que, com receio de perderem dinheiro na negociação deles, ajudaram o Botafogo a quitar estas dívidas.
A notícia trouxe constrangimento ao elenco. Segundo o diário Lance, alguns jogadores ficaram chateados com a atitude do zagueiro e do volante por não terem avisado aos demais. Durante a conversa com Gottardo, Bolívar, Lucas, Carlos Alberto e Emerson pediram a palavra. Nesta sexta, o clube deve mais uma vez utilizar o apoio jurídico do Sindicato dos Empregados de Clubes do Rio (Sindeclubes) para liberar verba suficiente para quitar ao menos um mês de salários do restante do grupo.Depois, Mancini comandou um treino em que, mais um vez, colocou Aírton entre os titulares. Barrado, o argentino Bolatti não treinou. Segundo a assessoria, ele teve uma indisposição e foi liberado. A novidade foi a presença de Cachito Ramírez entre os titulares no final da atividade. Com a entrada do peruano, Lucas deixou o time e Edílson voltou à lateral direita. A expectativa é que o meia peruano seja regularizado nesta sexta e que possa estar no banco de reservas domingo, contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada.— A motivação que eu tenho é que eu sou apaixonado por futebol. Sempre vou dar o máximo de mim — afirmou Ramírez.
