Teresina, Piauí — A morte do corredor Edson da Silva Ferreira, de 40 anos, em Teresina na última terça-feira (1º), trouxe à tona os riscos da miocardiopatia hipertrófica, uma condição genética que foi diagnosticada após sua morte. Segundo João Pedro Brito, farmacêutico e nutricionista que acompanhava Edson, o atleta não fez uso de substâncias como diuréticos, estimulantes ou pré-treinos antes de uma competição de fisiculturismo em maio deste ano.
Edson da Silva havia iniciado uma rotina frequente de atividades físicas há cerca de dois anos e meio. Naquela época, ele apresentava sobrepeso e maus hábitos, mas conseguiu uma grande melhora em seu físico, mantendo uma dieta rigorosa e praticando exercícios cardiovasculares com frequência. O nutricionista relatou que Edson estava bem condicionado fisicamente e decidiu competir no fisiculturismo, realizando apenas ajustes na dieta, como a redução de carboidratos e a oscilação na ingestão de água antes do campeonato. A morte ocorreu na madrugada de terça-feira (1º), após Edson passar mal depois de um treino noturno.
O cardiologista Fernando Giordano explicou ao g1 que a miocardiopatia hipertrófica é uma condição genética caracterizada pelo aumento assimétrico do músculo cardíaco. Esse crescimento anormal pode desconfigurar as fibras miocárdicas e elevar a chance de arritmias cardíacas malignas. O especialista enfatiza que a doença pode ser diagnosticada precocemente por meio de exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e ressonância magnética cardíaca. Existem tratamentos disponíveis, desde implantes de marca-passo e cardiodesfibriladores até cirurgias, mas cada caso necessita de avaliação individualizada.
Giordano alertou que, embora a morte súbita possa ocorrer em repouso, a prática de atividade física, especialmente em alta intensidade, aumenta o risco devido ao estresse imposto ao corpo. A recomendação médica é clara: antes de iniciar qualquer atividade física, é fundamental consultar um profissional de saúde. Sintomas como dor precordial, falta de ar excessiva, palpitações por arritmia cardíaca ou desmaios (síncope) são sinais de alarme que exigem a procura imediata de um cardiologista. A prevenção e o diagnóstico precoce são cruciais para evitar fatalidades.
