Last updated on 15 de abril de 2025
A decisão do então titular das Comunicações veio à tona nesta terça-feira (8), logo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizar uma denúncia contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura um suposto desvio de recursos públicos destinados a obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), período em que Juscelino Filho exercia o mandato de deputado federal.
A denúncia da PGR por suposto desvio de verbas
A denúncia da PGR, conforme apurou o R7, foi encaminhada ao gabinete do ministro Flávio Dino, relator do caso no STF. Em resposta às acusações de desvio de verbas Codevasf, a defesa de Juscelino Filho divulgou uma nota oficial negando qualquer irregularidade.
Segundo informações da Polícia Federal, a investigação sugere que o ministro teria atuado para favorecer uma empreiteira com ligações políticas, suspeita de integrar um possível cartel envolvido em fraudes. As verbas sob investigação, aponta a PF, foram liberadas por meio de emendas parlamentares no período em que Juscelino Filho era deputado federal.
Na mesma terça-feira em que a notícia da denúncia da PGR sobre o desvio de verbas da Codevasf se espalhou, Juscelino Filho, que é filiado ao União Brasil, almoçou com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o presidente de seu partido, Antônio Rueda. A legenda, entretanto, afirma que o encontro já estava agendado e não tinha relação com a recente denúncia da PGR envolvendo o ministro e o suposto desvio de recursos da Codevasf.
Membros do governo comentam sobre a decisão do ministro
Ainda antes da confirmação oficial da saída do ministro das Comunicações, outros membros do governo se manifestaram sobre o caso. Os ministros Renan Filho (Transportes) e Celso Sabino (Turismo), este último também do União Brasil, comentaram a decisão de Juscelino Filho em suas redes sociais. Renan Filho chegou a publicar uma mensagem desejando que o colega exercesse seu direito de defesa, demonstrasse sua inocência e seguisse sua trajetória política, mas apagou a postagem pouco depois. Celso Sabino expressou solidariedade a Juscelino, mencionando o “excelente trabalho” realizado no Ministério das Comunicações e esperando que ele tenha a oportunidade de se defender e provar sua inocência.
Juscelino Filho ocupava o cargo de ministro das Comunicações desde o início do atual governo Lula. Ele se torna o oitavo ministro a deixar o governo petista. Essa movimentação ocorre em um contexto de outras mudanças na Esplanada dos Ministérios, como a saída de Paulo Pimenta da Secom, a substituição de Nísia Trindade no Ministério da Saúde por Alexandre Padilha, e a ida de Flávio Dino para o STF, sendo substituído por Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A saída de Juscelino Filho, envolvido na investigação sobre o desvio de verbas da Codevasf e a subsequente denúncia da PGR, adiciona mais um capítulo às alterações na composição do governo federal.

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