São Luís, Maranhão — Rafael Paixão, de 29 anos, um jovem maranhense que se voluntariou para atuar como soldado na guerra entre Ucrânia e Rússia, busca agora um caminho de volta para casa após ser gravemente ferido.
O brasileiro ferido na Ucrânia perdeu parte da perna esquerda ao pisar em uma mina terrestre, e seu maior desejo é retornar ao Brasil, algo que já estava em seus planos antes mesmo do incidente. A família de Rafael, residente em Imperatriz, no Maranhão, está em busca de apoio para viabilizar a repatriação, enfrentando a burocracia de uma base militar em Kiev, onde ele está internado e se recupera de uma cirurgia.
Segundo Neila Paixão, mãe de Rafael, ele planejava retornar em breve, com o contrato de missão sendo quebrado independentemente do ocorrido. Rafael chegou a ficar incomunicável por mais de 20 dias, gerando boatos sobre sua morte, desmentidos por ele mesmo em 28 de junho. Ele relatou à família ter pisado em uma “mina-borboleta” e precisou se arrastar por cerca de nove quilômetros para conseguir socorro. As minas-borboleta são um tipo de mina terrestre proibida por legislação internacional, conhecidas por seu formato pequeno e capacidade de ferir civis indiscriminadamente.
Antes de se alistar, Rafael cursava Direito em uma faculdade particular em Imperatriz. Em agosto de 2024, mudou-se para a Holanda e, após o fim de um relacionamento, foi influenciado por colegas a se voluntariar no exército ucraniano, integrando o 3º Batalhão de Brigada de Assalto. A mãe de Rafael informou ter contatado o Itamaraty, mas ainda aguarda movimentações oficiais e orientações concretas sobre o possível apoio do governo brasileiro para a repatriação.
O conflito na Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022 pela Rússia, já causou milhares de mortes e milhões de refugiados, com combates intensos no leste e sul do país. No início da guerra, em 2022, mais de 100 brasileiros haviam se voluntariado para lutar no exército ucraniano, embora não haja um número preciso atualmente.

