Após décadas de disputa por recursos energéticos, os dois líderes recém-reeleitos concordaram com um clima positivo.
Os líderes da Grécia e da Turquia concordaram em retomar as negociações e as medidas de fortalecimento da confiança, ao saudarem um novo “clima positivo” em seus laços frequentemente tensos.
Os dois países vizinhos estão em desacordo há décadas sobre várias questões, incluindo recursos energéticos, sobrevoos sobre o Mar Egeu e Chipre dividido etnicamente.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, ambos recentemente reeleitos, reuniram-se à margem de uma cúpula da OTAN na capital da Lituânia, Vilnius.
“É benéfico para ambos os países que o clima positivo formado nas relações bilaterais nos últimos meses tenha continuidade e consistência”, disseram os gabinetes dos dois líderes em declarações idênticas, mas separadas.
“Os dois lados concordaram em aproveitar o momento positivo e ativar múltiplos canais de comunicação entre os dois países no próximo período”, acrescentou o comunicado, observando que os dois líderes esperam “contato mais frequente em todos os níveis”.
Os ministros de gabinete dos dois lados devem se reunir após o verão na cidade de Thessaloniki, no norte da Grécia, disse Mitsotakis.
“Nossos problemas não foram resolvidos magicamente”, disse o primeiro-ministro grego a repórteres após as negociações.
“Mas a reunião de hoje confirmou minha intenção e a do presidente Erdogan de restabelecer as relações greco-turcas.”
No ano passado, Erdogan interrompeu as negociações bilaterais em uma disputa sobre violações do espaço aéreo e acusou Mitsotakis de pressionar os Estados Unidos a bloquear a venda de caças F-16 para Ancara.
Mas as relações entre os dois países melhoraram quando a Grécia se tornou uma das primeiras a enviar equipes de resgate para a Turquia depois que terremotos devastadores em fevereiro deixaram 50.000 mortos.
O então ministro das Relações Exteriores da Grécia, Nikos Dendias, também foi o primeiro ministro europeu a visitar a Turquia após o terremoto.
“Não temos nenhum benefício estratégico em ter a Turquia em desacordo com o Ocidente, a UE e os Estados Unidos”, disse Mitsotakis na quarta-feira.
Ele reconheceu que a cooperação do terremoto “trouxe muitas mudanças na psicologia” das relações greco-turcas.
A chamada diplomacia do terremoto também entrou em ação em 1999, quando dois terremotos mortais atingiram a Turquia e a Grécia com um mês de diferença.
Com informações do site Al Jazeera
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