Teerã não está satisfeita com a forma como seu recente pacto de segurança com Bagdá está sendo implementado.
Teerã, Irã – O Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o embaixador iraquiano em Teerã para “protestar veementemente” contra a presença contínua de grupos que diz conduzir atividades “terroristas”.
O enviado foi chamado no sábado para receber a ira de Teerã sobre “um convite a membros de grupos secessionistas para um evento oficial” e “movimentos contínuos de alguns grupos terroristas” na região curda iraquiana, informou a mídia estatal.
Embora os grupos não tenham sido identificados, a referência parece ser a grupos armados curdos, incluindo o Partido Democrático do Curdistão Iraniano, um grupo banido que defendeu a separação da província do noroeste do Curdistão do Irã e a derrubada do governo.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a presença dos grupos vai contra um acordo de segurança que o Irã e o Iraque assinaram no mês passado em Bagdá. O chefe de segurança do Irã, Ali Shamkhani, disse na época que Teerã espera que o acordo “possa acabar completa e fundamentalmente com as ações perversas” de grupos curdos e impedir que as fronteiras iraquianas sejam usadas para ameaçar o Irã.
A região curda semiautônoma do Iraque abriga campos e bases de retaguarda operadas por várias facções curdas iranianas, que o Irã acusou de servir a interesses ocidentais ou israelenses no passado e conduzir operações com seu apoio.
No ano passado, depois que protestos eclodiram em todo o Irã após a morte sob custódia policial de uma mulher iraniana curda que foi presa por alegada não conformidade com as leis de vestuário do país para mulheres, os grupos curdos voltaram a ter foco. Teerã repetidamente os culpou pelo contrabando de armas para o país através da região curda vizinha do Iraque e por tentar montar operações “terroristas”.
Também pediu a Bagdá que desarme os grupos e evite que o solo iraquiano seja usado contra o Irã.
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) lançou vários ataques com mísseis e drones contra os grupos na região curda do Iraque durante semanas em meio a críticas ao governo iraquiano por não fazer mais.
Depois que o atual governo iraquiano chegou ao poder em outubro, as autoridades iniciaram negociações que levaram à assinatura do acordo de segurança.
A questão também foi discutida no final de abril, quando o presidente iraquiano Abdul Latif Rashid fez sua primeira visita de Estado a Teerã e se encontrou com o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente Ebrahim Raisi. Na época, Khamenei enfatizou que o acordo de segurança precisa ser implementado integralmente.
Com informações do site Al Jazeera
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