A investigação oficial sobre o acidente ferroviário mais mortal da Índia em 20 anos começa quando os trens cruzam o local do desastre no leste do estado de Odisha.
A investigação oficial da Índia sobre o acidente ferroviário mais mortal em 20 anos começou após descobertas preliminares apontarem falhas como a causa provável de uma colisão que matou pelo menos 275 pessoas e feriu quase 1.200.
O desastre ocorreu na sexta-feira, quando um trem de passageiros atingiu um trem de carga parado, saltou os trilhos e atingiu outro trem de passageiros que passava na direção oposta perto do distrito de Balasore, no estado oriental de Odisha.
Após esforços ininterruptos para resgatar sobreviventes e limpar e consertar os trilhos, os trens de passageiros e de carga voltaram a passar por aquela seção da linha na noite de domingo.
Trens passavam pelos destroços de vagões destruídos do acidente da noite de sexta-feira perto de Balasore.
Uma rede verde foi erguida em ambos os lados dos trilhos, protegendo os vagões amassados, que haviam sido empurrados pelo aterro, da visão dos passageiros que viajavam.
O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, foi visto cruzando as mãos em oração ao ver o primeiro trem cruzar o local do desastre na noite de domingo.
O departamento ferroviário disse que o primeiro trem, um trem de carga carregado com carvão, partiu 51 horas após o acidente.
Não ficou imediatamente claro se todos os trilhos foram totalmente reparados, com os trens na segunda-feira usando apenas linhas de um lado.
“Os trens são obrigados a controlar sua velocidade e prosseguir lentamente por uma certa distância”, disse um funcionário da ferrovia.
Inicialmente, as autoridades informaram que o número de mortos era de 288, mas o governo de Odisha reduziu para 275 no domingo, depois que alguns corpos foram “contados erroneamente duas vezes”.
Pelo menos 382 pessoas feridas ainda estavam sendo tratadas no hospital, disseram as autoridades no domingo. Muitos temem que o número de mortos ainda possa aumentar com os centros médicos sobrecarregados com o número de vítimas, muitas delas em estado grave.
Houve confusão sobre a sequência exata dos eventos na sexta-feira, mas relatórios citaram funcionários da ferrovia dizendo que um erro de sinalização fez com que o Coromandel Express corresse para o sul de Calcutá para Chennai em uma via secundária.
Ele bateu em um trem de carga a 128 km/h (80 mph) e os destroços descarrilaram o trem Yesvantpur-Howrah que seguia na direção oposta do centro tecnológico da Índia, Bengaluru, para Calcutá.
Vaishnaw disse no domingo que o acidente aconteceu devido à “mudança que ocorreu durante o intertravamento eletrônico”, referindo-se a um termo técnico para um sistema de sinalização complexo projetado para impedir a colisão de trens, organizando seu movimento nos trilhos.
“Quem fez isso e como aconteceu, será descoberto após uma investigação adequada”, disse ele.
O primeiro-ministro Narendra Modi visitou o local do acidente e encontrou passageiros feridos no hospital no sábado. Ele disse que “ninguém responsável” seria poupado.
Cerca de 120 quilômetros (75 milhas) ao norte, em Kharagpur, no estado vizinho de Bengala Ocidental, funcionários ferroviários e testemunhas se reuniram para apresentar evidências a um inquérito de dois dias, liderado por AM Chowdhary, comissário de segurança ferroviária para o círculo sudeste.
“Vários funcionários e testemunhas se juntaram ao inquérito. O inquérito está em andamento”, disse um oficial sênior da ferrovia à agência de notícias Reuters, enquanto as autoridades verificavam os documentos enviados para exame.
O Conselho Ferroviário da Índia, o principal órgão executivo, recomendou que o Central Bureau of Investigation (CBI) assumisse a investigação sobre a causa do desastre.
“Temos que avançar para a normalização… Nossa responsabilidade ainda não acabou”, disse Vaishnaw a repórteres.
Com informações do site Al Jazeera
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