Milhares de manifestantes israelenses foram às ruas na terça-feira, bloqueando as principais rodovias e lotando o principal aeroporto internacional do país, em manifestações em todo o país contra o contencioso plano do governo de mudar o sistema judicial do país.
As manifestações ocorreram na manhã seguinte à aprovação inicial do projeto de lei da coalizão parlamentar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para limitar os poderes de supervisão da Suprema Corte.
A polícia usou um canhão de água para limpar os manifestantes em Jerusalém e Tel Aviv e prendeu vários manifestantes que obstruíram uma rodovia perto da cidade central de Modiin.
Ativistas se manifestaram em todo o país ao longo do dia, inclusive em um protesto em massa à tarde no Aeroporto Internacional Ben Gurion. Estima-se que 10.000 pessoas se reuniram do lado de fora do terminal principal, tocando buzinas e agitando bandeiras israelenses. A polícia conteve a multidão.
A polícia relatou 71 prisões em todo o país por suposta desordem pública. Os manifestantes brigaram com a polícia em vários locais, com pelo menos um manifestante ferido por um cavalo da polícia, mas nenhuma violência grave foi relatada.
Os aliados ultranacionalistas e ultraortodoxos de Netanyahu propuseram uma série de projetos de lei que provocaram meses de protestos contínuos de oponentes que dizem que o país está sendo empurrado para um regime autoritário.
Protestos em massa semanais ocorrem desde que o governo de extrema-direita apresentou seu plano em janeiro, dias depois de assumir o cargo. Os protestos levaram Netanyahu a suspender a proposta em março, mas ele decidiu revivê-la no mês passado, depois que as negociações de compromisso com a oposição fracassaram.
A votação parlamentar na noite de terça-feira renovou o ímpeto dos protestos. O projeto ainda precisa passar por mais duas votações, previstas para o final do mês, antes de se tornar lei.
Na noite de terça-feira, dezenas de milhares se reuniram no centro de Tel Aviv – local de protestos semanais contra a proposta por mais de seis meses – e seguiram para a principal rodovia da cidade, que bloquearam brevemente.
Mais cedo, uma multidão se reuniu do lado de fora dos escritórios diplomáticos dos Estados Unidos em Tel Aviv, pedindo à Casa Branca que pressionasse Netanyahu a suspender o projeto de lei. Um protesto menor também ocorreu do lado de fora da casa de Netanyahu, no centro de Jerusalém.
Os críticos do projeto de lei proposto dizem que ele perturbará o frágil sistema de freios e contrapesos do país e concentrará o poder nas mãos de Netanyahu e seus aliados. Eles também dizem que Netanyahu tem um conflito de interesses porque está sendo julgado por acusações de fraude, quebra de confiança e aceitação de subornos.
Com informações do site Al Jazeera
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