Provedores de internet no Ceará estão sendo vítimas de ataques e extorsões por parte de facções criminosas, que exigem o pagamento de até 50% do valor dos serviços prestados aos clientes como “taxa de permissão” para operar. A prática, que começou no bairro Pirambu, em Fortaleza, já se espalhou para pelo menos quatro municípios cearenses.
As facções criminosas impõem um monopólio, indicando uma lista de empresas “autorizadas” a atuar nas áreas sob seu controle. Provedores que não fazem parte desse esquema sofrem retaliações violentas, como incêndios de veículos e destruição de equipamentos.
Em menos de duas semanas, dois veículos da empresa Brisanet foram incendiados. Um dos casos ocorreu em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde um carro de serviço foi completamente destruído pelas chamas. O outro incidente aconteceu no Bairro Jacarecanga, em Fortaleza.
Além dos incêndios, criminosos também têm invadido instalações e destruído estruturas de fornecimento de internet. Um ataque recente ocorreu no distrito do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, afetando o fornecimento de internet para empresas que atuam no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e para moradores da região.
A Alloha Fibra, proprietária da provedora de internet Giga+, confirmou que foi afetada pelo ataque no Pecém, mas que conseguiu restabelecer os serviços dos clientes em poucas horas. A direção do Complexo do Pecém informou que houve apenas falhas pontuais no fornecimento de internet de algumas empresas.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará informou que a polícia está realizando buscas para capturar os suspeitos envolvidos nos ataques. Os criminosos podem ser acusados de integrar organização criminosa, crime contra a incolumidade pública e crime contra a segurança dos meios de comunicação, transporte e serviços.
A situação causa preocupação entre os provedores de internet, que temem pela segurança de seus funcionários e pelos prejuízos financeiros decorrentes dos ataques. Moradores também reclamam da instabilidade e do aumento dos preços dos serviços de internet nas áreas afetadas.
A polícia segue investigando os casos para identificar e prender os responsáveis pelos ataques e pela extorsão.
