Expatriados começam a votar no segundo turno das eleições na Turquia

Imagens e fotos de seções eleitorais em todo o mundo no sábado pareciam mostrar um grande número de pessoas na fila para votar.

O segundo turno da votação ocorre no país em 28 de maio, depois que Erdogan ficou um pouco abaixo do limite de 50 por cento necessário para vencer a votação presidencial em 14 de maio, no que foi interpretado como seu maior desafio político.

Cerca de 3,4 milhões de turcos no exterior podem votar, ou cerca de 5% do total de votos.

Mais de cinco milhões de descendentes de turcos vivem na Europa e seus votos afetaram os resultados, com cada político tendo seus redutos.

Na Alemanha, que abriga a maior população da diáspora e 1,5 milhão de eleitores elegíveis, Erdogan estava à frente com 65% dos votos.

No entanto, os resultados em toda a Europa foram polarizados, com Kilicdaroglu dominando no Reino Unido, sul e leste da Europa, incluindo os Bálcãs, Finlândia e Suécia.

Novas comunidades de imigrantes turcos na Polônia e na Estônia votaram esmagadoramente a favor da oposição com 85 e 91 por cento, respectivamente.

O governo turco pediu a instalação de 26 postos de votação em consulados e outros locais na Alemanha, na esperança de tornar a votação mais conveniente para os cidadãos turcos aqui; A Alemanha aprovou 16 deles.

O oposicionista Partido Republicano do Povo (CHP) passou seis meses tentando convencer os eleitores indecisos e mobilizar aqueles que não votaram no passado.

“Onde quer que você esteja no mundo, ir às urnas nesta eleição é um dever nacional”, disse Kilicdaroglu em um vídeo em seu Twitter.

Enquanto isso, cartazes de Erdogan foram colocados na cidade de Nuremberg, no sul do país, no final do mês passado, causando polêmica entre os políticos alemães locais.

O discurso público e a decisão multinível

Serap Guler, parlamentar alemão de ascendência turca, disse que o resultado eleitoral acirrado representou um fracasso para Erdogan e seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (Partido AK).

“Ele tem todo o aparato estatal e de mídia por trás dele”, disse ela.

“Esta não foi uma eleição justa, mas com recursos desiguais – mesmo assim ele tem que ir para o segundo turno. Uma verdadeira perda de prestígio para ele.

Falando à Euronews na semana passada, o observador de votos Onur Can Varoglu disse: “A política turca é como o futebol, você nasce com seu time e vai apoiá-lo, não importa o que aconteça”.

“Não importa se você vem para a Europa. Se você é de origem nacionalista, islâmica ou imigrante mais pró-europeia, você traz esses valores com você”, disse ele, sugerindo que os valores familiares estavam por trás da forma como os turcos votavam.

As atenções agora estão voltadas para o nacionalista Sinan Ogan, o candidato que ficou em terceiro lugar com 5,17 por cento de apoio. Qualquer decisão dele de apoiar um dos dois candidatos no segundo turno pode ser decisiva.

Ogan disse à agência de notícias Reuters que apoiaria Kilicdaroglu no segundo turno “se ele concordar em não oferecer concessões a um partido pró-curdo”.

No entanto, distanciar-se do voto curdo seria desastroso para Kilicdaroglu, que venceu pesadamente em cidades dominadas pelos curdos.

Kilicdaroglu e Binali Yildirim, do Partido AK, um ex-primeiro-ministro, teriam feito uma ligação telefônica com Ogan após a votação.

Políticos ultranacionalistas – presentes nas alianças governista e de oposição, bem como entre os independentes – fizeram da expulsão dos quase quatro milhões de refugiados sírios do país sua principal reivindicação.