Ao longo desta quinta, Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações organizado por centrais sindicais e movimentos sociais, pelo menos 156 cidades de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal tiveram protestos. Durante todo o dia, mais de 80 trechos de rodovias em 18 estados foram parcial ou totalmente bloqueadas por manifestantes.
"Eu considero que em qualquer manifestação onde haja interrupção de rodovias e que se tenha atos de violências, eles [os responsáveis] têm que ser condenados. O direito de ir e vir é fundamental, é democrático. Ninguém pode manifestar-se interrompendo estradas", afirmou a presidente a jornalistas na porta do hotel em que está hospedada em Montevidéu.
Dilma viajou ao Uruguai para participar de reunião de cúpula de chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.
A presidente disse ainda que os protestos são por mais direitos sociais, o que ela considera "positivo para a democracia".
"As manifestações, em geral, sejam de quem sejam, têm que ser respeitadas como manifestações de reivindicações, de busca de mais direitos sociais. Porque o Brasil é isso. Nós temos grandes avanços nos últimos dez anos e agora as pessoas querem mais. Querer mais é algo muito positivo na democracia", afirmou.
ESPIONAGEM
Um dos temas que serão debatidos na reunião do Mercosul são as recentes denúncias de espionagem, pelos Estados Unidos, de dados na internet e telefonemas de cidadãos de países da América Latina. Dilma disse que concorda com documento que está sendo elaborado no Mercosul que repudia a ação dos EUA.
"Eu vejo como sendo uma posição correta do bloco repudiar qualquer ação de espionagem que contraria os direitos humanos, principalmente o direito básico de privacidade, e ao mesmo tempo contaria a soberania dos países. É algo que merece o repúdio de qualquer país, qualquer país que se defina como país democrático", disse a presidente.