Dilma diz que manifestações não podem interromper estradas

Política
A presidente Dilma Rousseff disse na noite desta quinta-feira (11), ao desembarcar no Uruguai, que manifestações como as que ocorreram durante protestos das centrais sindicais não podem interromper estradas.

Ao longo desta quinta, Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações organizado por centrais sindicais e movimentos sociais, pelo menos 156 cidades de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal tiveram protestos. Durante todo o dia, mais de 80 trechos de rodovias em 18 estados foram parcial ou totalmente bloqueadas por manifestantes.

"Eu considero que em qualquer manifestação onde haja interrupção de rodovias e que se tenha atos de violências, eles [os responsáveis] têm que ser condenados. O direito de ir e vir é fundamental, é democrático. Ninguém pode manifestar-se interrompendo estradas", afirmou a presidente a jornalistas na porta do hotel em que está hospedada em Montevidéu.

Dilma viajou ao Uruguai para participar de reunião de cúpula de chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.
A presidente disse ainda que os protestos são por mais direitos sociais, o que ela considera "positivo para a democracia".
"As manifestações, em geral, sejam de quem sejam, têm que ser respeitadas como manifestações de reivindicações, de busca de mais direitos sociais. Porque o Brasil é isso. Nós temos grandes avanços nos últimos dez anos e agora as pessoas querem mais. Querer mais é algo muito positivo na democracia", afirmou.

ESPIONAGEM
Um dos temas que serão debatidos na reunião do Mercosul são as recentes denúncias de espionagem, pelos Estados Unidos, de dados na internet e telefonemas de cidadãos de países da América Latina. Dilma disse que concorda com documento que está sendo elaborado no Mercosul que repudia a ação dos EUA.
"Eu vejo como sendo uma posição correta do bloco repudiar qualquer ação de espionagem que contraria os direitos humanos, principalmente o direito básico de privacidade, e ao mesmo tempo contaria a soberania dos países. É algo que merece o repúdio de qualquer país, qualquer país que se defina como país democrático", disse a presidente.

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