Os Festejos do Divino Espírito Santo encerraram neste domingo, 24. Centenas de fiéis participaram do Cortejo Imperial que saiu do bairro Vila Nova às 7h40, após a alvorada de fogos, culminando na Santa Missa de Pentecostes, celebrada pelo pároco Tertuliano Alves.
A tradição, cujos primeiros registros apontam para 1907, se completa a cada ano com a celebração da Igreja Católica na chegada do 50º dia após a Páscoa, considerada uma das mais importantes festas móveis do calendário litúrgico.
A beleza plástica, com as cores vermelha e branca, é uma das mais fortes expressões do Cortejo Imperial, acompanhado pelos músicos ao som do violão, tambor e rabeca.
O coordenador de manutenção, José Ivo dos Santos Pires, residente em Teresina, participa há 10 anos da Festa. Uma emoção que, segundo ele, se renova a cada ano. “Somos envolvidos pelo fogo do Espírito Santo. É uma emoção sem tamanho e uma satisfação imensa participar deste encerramento. Isso me deixa lisonjeado!”.
A Festa é resultado de um compromisso assumido por Josefa Pereira de Araújo, carinhosamente conhecida como Dona Dedé. Em sua morte, no ano de 1984, ela fez um pedido: “Não deixem o povo da Vila Nova esquecer essa devoção.” A continuidade foi assegurada pelos fiéis católicos do bairro ao longo dos anos. Eles fazem dos festejos um dos mais reconhecidos do Piauí, que hoje tem à frente o professor Marcelino Leal Barroso de Carvalho.
Raimunda Nonata, 68 anos, conhecida como Dona Mundinha, que também é uma das organizadoras da Festa, fala com emoção sobre o evento e sobre a saudade de Dona Dedé. “Minha felicidade não é possível expressar. A alegria é tão grande, tão imensa que o meu coração fica emocionado. A mãe Dedé e eu éramos muito apegadas. Ela se prontificou a continuar esta festa quando um dos membros da nossa família adoeceu. Ela fez uma promessa: se ele não falecesse, continuaria com essa festa popular.”
A cada ano Dona Mundinha recebe um número expressivo de fiéis em sua residência. Este ano, ela acomodou aproximadamente 150 fiéis vindos de outras cidades do Brasil. “Quando a festa vai se aproximando o povo entra em contato comigo alguns meses antes, todos querem se informar sobre a festa e logo vêm para minha casa.”
Na noite deste domingo, a partir das 19h haverá o Terço e o canto das alvoradas no anfiteatro do Divino, localizado na residência de D. Mundinha, no bairro Vila Nova, marcando o encerramento dos Festejos do Divino Espírito Santo 2015, em Amarante.
Edição, postagem e fotos: Denison Duarte