Por muito tempo, os nanotubos de carbono ocuparam a posição de material mais promissor para a "tecnologia do futuro" – até o surgimento do grafeno, que é essencialmente um nanotubo desenrolado, ou vice-versa.
Mas trabalhar com materiais em escala atômica tem sido mais difícil do que se previa.
Por isso, o anúncio do desenvolvimento de um computador completo, ainda que primário, feito unicamente com transistores de nanotubos de carbono, causou surpresa no meio científico.
O trabalho tem antecedentes: o primeiro circuito integrado de nanotubos de carbono foi criado em 2011 por pesquisadores da Finlândia e do Japão. No ano passado, engenheiros da IBM construíram os primórdios de um processador também usando apenas nanotubos de carbono.
Domando os nanotubos
Há vários problemas no uso dos nanotubos de carbono para fabricar componentes eletrônicos: eles têm muitas imperfeições, não crescem no mesmo alinhamento e emergem do processo de fabricação em versões que podem ser semicondutoras ou metálicas.
Coube a Max Shulaker desenvolver técnicas para eliminar esses problemas.
Descartar os nanotubos metálicos não foi difícil: depois que todos os nanotubos foram crescidos em uma pastilha de quartzo, Shulaker aplicou uma corrente elétrica no chip. Toda a eletricidade se concentrou nos nanotubos metálicos, que ficaram tão quentes que vaporizaram em pequenas nuvens de dióxido de carbono.
Para eliminar os nanotubos desalinhados e os impuros, a equipe criou um algoritmo que mapeia um leiaute do circuito de forma a garantir que ele vai funcionar não importando se, ou onde, os nanotubos podem estar tortos – eles chamaram isto de "técnica imune a imperfeições".