Atualmente, o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em bebês ainda é considerado raro devido ao diagnóstico tardio e à falta de informação. No entanto, os primeiros sinais de autismo em bebês podem ser percebidos, especialmente se houver um atraso de desenvolvimento significativo antes dos 12 meses. Estar atento a esses sinais precoces é crucial para garantir intervenção e apoio o mais cedo possível, visando melhorar a qualidade de vida da criança.
Como identificar os sinais de autismo em bebês?
Alguns sinais comuns do TEA podem ser observados nos primeiros meses e, mais claramente, entre os 12 e 24 meses de idade. É importante notar que estes sinais não são exclusivos do autismo e podem ocorrer em diversas idades.
Entre os sinais de alerta que pais e cuidadores podem observar estão:
- Pouco ou raro contato visual: O bebê pode não olhar para a mãe durante a alimentação ou evitar fixar o olhar por muito tempo.
- Ausência de expressões faciais: O bebê pode apresentar poucas ou nenhuma expressão facial, como não sorrir ao ver um rosto familiar.
- Déficit em comunicação não verbal: O bebê pode não apontar, acenar adeus ou usar outros gestos para se comunicar.
- Ausência de interesse por outros bebês/crianças: O bebê pode não demonstrar interesse em interagir ou estar perto de outras crianças.
- Surdez aparente: O bebê pode não reagir quando chamado pelo nome ou a sons familiares, apesar de testes auditivos normais.
- Não sorrir ao ver a mãe se aproximar: Falta do sorriso social recíproco, especialmente por volta dos 6 meses.
- Não seguir objetos visualmente: Dificuldade em acompanhar objetos com o olhar.
- Comprometimento nas funções simbólicas: Dificuldade em imitar gestos ou atitudes.
- Possível manifestação de resistência a mudanças: Inflexibilidade a alterações na rotina.
- Estereotipias motoras simples: Movimentos repetitivos como alinhar brinquedos, girar objetos, balançar as mãos ou bater a cabeça.
- Não balbuciar ou balbuciar pouco: O bebê pode emitir poucos sons ou não tentar interagir vocalmente.
- Não atender quando é chamado: Com cerca de 12 meses, um bebê neurotípico geralmente reage ao ser chamado pelo nome. Bebês com TEA podem não esboçar reação.
- Recusar abraços e beijos: Uma certa repulsa por proximidade e contato físico pode ser observada.
É importante ressaltar que o diagnóstico de TEA é essencialmente clínico. Não existe um exame único para detectar o autismo em bebês. A avaliação é realizada por uma equipe multidisciplinar que analisa o desenvolvimento e os comportamentos da criança ao longo do tempo. No Brasil, a lei nº 13.438/2017 estabelece o uso de protocolos padronizados, como o M-CHAT, para avaliar riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças até 18 meses, possibilitando o encaminhamento precoce para especialistas e intervenções. A Academia Americana de Pediatria recomenda que todas as crianças sejam examinadas para atrasos de desenvolvimento durante consultas regulares.
A identificação precoce dos sinais de TEA em bebês e o encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional podem levar a melhores resultados a longo prazo, aproveitando a neuroplasticidade cerebral. Caso os pais ou cuidadores observem um ou mais desses sinais de alerta, é fundamental procurar um pediatra para uma avaliação mais detalhada e, se necessário, o encaminhamento para especialistas. A intervenção precoce é crucial para o desenvolvimento de habilidades de comunicação e relacionamento, podendo reduzir o grau de autismo e permitir uma vida mais plena.
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