O clima esquentou durante as eleições do Sindicato dos Trabalhadores Rurais(STR), de Palmeirais, nesta sexta-feira, 19. Duas chapas disputavam a Diretoria da entidade e, comprovadas as irregularidades no processo de votação, as eleições foram suspensas durante Assembleia Geral Extraordinária realizada após a votação.
A Chapa I, representada por Benedita Sousa, venceu as eleições com diferença mínima de votos. A Chapa II, encabeçada por Bartolomeu Pereira da Cruz, vai acionar a Justiça com recurso para mudar o resultado da votação, caso a presidência anterior não aceite a decisão da Assembleia.
Segundo o advogado da Chapa II, Magsaysay Feitosa, na relação de votantes constam sócios com menos de 6 meses de sindicalizados que depositaram seus votos na urna, dados comprovados pela ficha de inscrição e pela folha de votação. De acordo com as normas estatutárias, o sócio precisa ter no mínimo 6 meses para ter direito a votar.
Outra irregularidade, segundo MagSaySay, está em uma lista de 170 sócios que não estavam aptos a votar,e que também depositaram o seu voto na urna, o que, segundo ele, faria toda a diferença nos resultados das eleições para Bartolomeu Cruz.
“Esse número interfere diretamente nos resultados. Esse foi o objetivo do recurso solicitado pelo nosso candidato junto à Comissão Eleitoral, que não tomou nenhuma providência e indeferiu o recurso do candidato Bartolomeu sem convocar nenhuma Assembleia Geral para que fosse decidido o provimento ou não do recurso”, disse o advogado.
A presidente eleita Benedita Sousa foi procurada pelo portal Somos Notícia para apresentar suas argumentações, mas afirmou que não iria conceder nenhuma entrevista e que somente falaria na presença de um advogado, o que não aconteceu.
O advogado MagSaySay assegura que todos os procedimentos foram feitos seguindo os rigores legais. “Ele convocou uma Assembleia Geral Extraordinária mediante edital com tempo hábil e os presentes formaram quorum para soberanamente decidirem pela anulação do novo pleito e convocação de uma diretoria interina para novas eleições que se darão em menos de seis meses.
O local da Assembleia seria a sede do Sindicato, mas, segundo o advogado, os sócios foram barrados e a Assembleia foi realizada a céu aberto. “A assembleia aconteceu em praça pública. Isso é um fator que demonstra a incapacidade, tanto intelectual quanto administrativa da presidência em administrar um sindicato dessa natureza. Como é que os sócios não tem acesso ao auditório para fazer a Assembleia? Todos pegando sol, poeira, sem ter o mínimo de conforto, sem ter como fazer suas necessidade e nem beber água”, diz o advogado.
Nas alegações, outro problema foi a descoberta de pessoas que fizeram parte da chapa sem serem sócias do Sindicato, o que representa para o advogado, uma afronta aos princípios estatutários da entidade.
Para o advogado MagSaySay, houve falha na participação da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetag). “Eu acho que a Fetag, a princípio, desempenhou bem o seu papel, mas ao final ela não orientou bem a presidente e a comissão eleitoral da necessidade da realizaçao da assembleia geral extraordinária para decidir soberanamente sobre o recurso apresentado quanto à nulidade das eleições”, encerra.
Edição e postagem: Denison Duarte
Fotos: Leomar Duarte