A pesquisadora Karla Lombo estuda a dispersão de poluentes na atmosfera. Ela está acompanhando a trajetória da nuvem de fumaça. Cerca de dez mil toneladas de um fertilizante a base de nitrato de amônio estão queimando desde a última terça-feira (24), quando houve a explosão de um depósito.
Por causa da circulação de ventos, os poluentes emitidos na combustão alcançaram o litoral de São Paulo, e devem seguir pela costa até o norte do Rio de Janeiro. "Como ela está em níveis baixos, ela tende a se depositar no oceano e também se misturar com gotas de nuvens e precipitar. Então, a tendência é que ela se dissipe e ela deve atingir até o norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo, e nesse momento ela tende a voltar em direção ao continente, só que ela volta em direção ao continente, mas já muito tênue. Nesse momento ela não representaria um perigo para a população", explicou Karla Lombo.
Ainda de acordo com a pesquisadora, quem mora no litoral norte mal vai conseguir ver a nuvem de fumaça, porque ela vai chegar de forma bastante atenuada. O tempo nublado e as chuvas ajudam a dispersar os poluentes e diminuem os riscos para a população.
A nuvem pode conter dióxido de nitrogênio que, em contato com a radiação solar, forma o ozônio. Os dois são gases poluentes, mas o litoral de São Paulo não deve receber uma grande concentração dessa poluição. "Ela passou, realmente, muito próximo da costa, entre Santa Catarina e Paraná, então o que ela tinha que causar de estrago, ela já causou para aquela população daquela região", reiterou a pesquisadora.