‘Isso vai acontecer’, diz o presidente dos EUA ao enfatizar o compromisso da aliança transatlântica em apoiar a Ucrânia.
Washington DC – O presidente dos EUA, Joe Biden, disse estar confiante de que a Suécia se juntará à OTAN “o mais rápido possível”, apesar da Turquia e da Hungria continuarem a bloquear a adesão do país do norte da Europa à aliança.
Falando em uma cerimônia de formatura da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos na quinta-feira, Biden elogiou a unidade da OTAN em meio à invasão russa da Ucrânia.
“A OTAN está mais energizada e mais unida do que há décadas. Agora está ainda mais forte com a adesão do nosso mais novo aliado, a Finlândia – e em breve a Suécia – à aliança, o mais rápido possível. Isso vai acontecer. Eu prometo a você”, disse o presidente dos EUA.
Seus comentários foram feitos poucos dias depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, instou a Turquia a aprovar a candidatura da Suécia para se tornar um membro da OTAN.
“Do ponto de vista dos Estados Unidos, agora é a hora de finalizar a adesão da Suécia”, disse Blinken a repórteres na cidade de Lulea, no norte da Suécia, na terça-feira.
O principal diplomata dos EUA também expressou esperança de que o processo seja concluído antes de uma cúpula da OTAN na capital da Lituânia, Vilnius, em julho.
Os países da OTAN precisam ratificar novos membros. O bloco liderado pelos EUA tem um pacto de defesa coletiva – conhecido como Artigo 5 – que estipula que um ataque a um estado membro da OTAN é um ataque a toda a aliança.
A Suécia e a vizinha Finlândia começaram a buscar a adesão à OTAN no ano passado, depois que a Rússia lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia. A Finlândia aderiu oficialmente à aliança em abril, mas o pedido da Suécia ainda está pendente.
A Hungria e a Turquia ainda não aprovaram a adesão da Suécia, mas Ancara é vista como o principal obstáculo. A Turquia acusou a Suécia de fornecer um refúgio seguro para membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que considera um grupo “terrorista”.
A Suécia diz que está abordando as preocupações da Turquia de acordo com um memorando trilateral assinado pelos dois países e também pela Finlândia no ano passado.
Na quinta-feira, enquanto os ministros das Relações Exteriores dos estados membros da OTAN conversavam na Noruega, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, twittou para seu homólogo sueco: “Cumpra seus compromissos decorrentes do Memorando Trilateral e tome medidas concretas na luta contra o terrorismo. O resto virá.”
Biden disse no início desta semana que levantou a questão em um telefonema com o recém-reeleito presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
“Parabenizei Erdogan. Ele ainda quer trabalhar em algo nos F-16. Eu disse a ele que queríamos um acordo com a Suécia, então vamos fazer isso”, disse Biden a repórteres na segunda-feira, referindo-se a uma pressão de Ancara para finalizar um acordo de US$ 20 bilhões para caças F-16 fabricados nos Estados Unidos.
Biden não mencionou a Turquia quando levantou a candidatura da Suécia à OTAN na quinta-feira. Mas ele enfatizou que a aliança continua unida em resposta à invasão da Ucrânia, acrescentando que o presidente russo, Vladimir Putin, pensou que a OTAN iria “quebrar”.
O presidente dos EUA também renovou o compromisso de apoiar a Ucrânia contra a invasão. Washington forneceu bilhões de dólares em ajuda humanitária e militar a Kiev desde que a guerra começou no ano passado.
“Os Estados Unidos reuniram o mundo para permanecer forte com a Ucrânia e defender os valores que o povo americano tanto preza – liberdade, soberania, democracia, dignidade simples”, disse Biden.
“O apoio do povo americano à Ucrânia não vai vacilar.”
Uma mensagem cristalina para nossos amigos suecos!
Cumpra seus compromissos decorrentes do Memorando Trilateral e tome medidas concretas na luta contra o terrorismo.
O resto seguirá. https://t.co/PS1gpSMyA0
— Mevlut Cavusoglu (@MevlutCavusoglu) 1º de junho de 2023
Com informações do site Al Jazeera
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