PROTESTO DE POLICIAIS – Cerca de 100 policiais militares do Piauí protestaram pelas ruas de Teresina nesta terça-feira (10). O grupo lamentou a morte do soldado Francisco das Chagas Nunes e se manifestou contra as condições de trabalho na Polícia Militar. Franciso trabalhava como segurança da família do governador Wellington Dias e foi morto em uma tentativa de assalto quando acompanhava o filho de Wellington.
Os PMs se reuniram na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), fecharam a Avenida Marechal Castelo e seguiram até o Palácio de Karnak pela Avenida Frei Serafim. O trânsito ficou complicado nessas vias. Ainda na Alepi, os policiais foram recebidos pelo presidente da Casa, o deputado estadual Themístocles Filho, que se comprometeu em ajudar a categoria. Segundo ele, uma audiência pública será convocada para discutir os problemas e a Secretaria de Segurança participará.
“Além do nosso amigo Francisco, que morreu no exercício do seu trabalho, muitos outros policiais também morrem por conta do estresse da profissão, de doenças adquiridas no trabalho, além da depressão. Esperamos que a sociedade sinta a nossa insatisfação e é por isso que protestamos”, disse Marcioneide Barbosa, presidente da Associação Beneficente dos Militares do Piauí (Abempi).
O cabo Agnaldo Oliveira, presidente da Associação Beneficente dos Cabos e Soldados (Abecs), informou que uma das reivindicações é o pagamento da gratificação de risco de vida aos policiais. O cabo abordou o governador no velório do soldado Francisco e cobrou a inclusão. Segundo ele, o governador informou que vai analisar o pedido. O valor a ser incluído seria de R$ 600.
“Esse pedido ocorre porque nos sentimos inseguros dentro da própria polícia. É difícil ter dois policiais trabalhando em uma viatura e fazer abordagens de quatro pessoas, por exemplo. No caso do nosso amigo, ele estava sozinho e foi abordado por quatro. Nós vamos cobrar um posicionamento do governador”, declarou.
Várias outras reivindicações são lembradas pelos policiais na manifestação. Alguns pontos são a carga horária excessiva, os armamentos e equipamentos de segurança em más condições e o baixo efetivo. Quanto ao último tópico, os policiais dizem que hoje há menos de 2 mil policiais nas ruas, com previsão de aposentadoria de vários homens no fim do ano. Para isso, pedem ainda a convocação de profissionais classificados no concurso da PM de 2013.
Kylson Gregório de Sousa, que fez o concurso da Polícia e nunca foi chamado, lamenta o tempo de espera e o gasto de mais de R$ 1 mil em exames. “Investimos dinheiro e tempo para nunca nos chamarem para assumir o cargo, nosso psicológico está abalado. Esperamos que uma das reivindicações atendidas seja a nossa convocação”, disse.
Os policiais pedem ainda a unificação dos quadros da PM, a reformulação da lei de produção e reforma do código de ética da polícia. Os policiais encerrarão o protesto no Palácio do governo com uma oração em homenagem a Francisco.
Fonte: G1