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Operação da Polícia Federal afasta prefeitos da Bahia e mira desvio de emendas parlamentares

Uma operação da Polícia Federal na Bahia resultou no afastamento e prisão em flagrante de dois prefeitos, em uma ação que investiga o pagamento de propina e desvio de emendas parlamentares. A gravidade do esquema foi evidenciada pela descoberta de uma gaveta cheia de dinheiro no quarto de um apartamento em Salvador, imóvel que pertence ao ex-prefeito de Paratinga, Marcel José Carneiro, um dos alvos da operação.

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Esquema de propina e emendas parlamentares

Os prefeitos de Ibirapitanga, Humberto Raimundo Rodrigues (PT), e de Boquira, Alan Machado França (PSB), foram detidos por porte ilegal de arma e afastados de seus cargos. Eles são suspeitos de atuar na liberação de emendas parlamentares entre os anos de 2021 e 2024, mediante o pagamento de propina. Esta é a quarta fase da Operação Overclean, que segue investigando fraudes em licitações, peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e a participação em uma organização criminosa que desviava recursos.

Envolvimento de deputado e assessor

A investigação da Polícia Federal aponta que os prefeitos não agiam sozinhos, mas em conjunto com o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT/BA) e seu assessor, Marcelo Chaves Gomes. Marcelo Chaves Gomes é apontado como o principal operador financeiro do esquema. Entre 2021 e 2024, o deputado destinou emendas que somam R$ 4.6 milhões para Boquira e Ibirapitanga, sendo que parte desses recursos teria sido liberada mediante pagamento de propina. Embora Félix Mendonça Júnior não tenha sido alvo de busca e apreensão, seu sigilo telefônico foi quebrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do relator das investigações, buscando esclarecer sua influência direta na liberação das emendas e possíveis benefícios indevidos. O assessor Marcelo foi afastado de seu gabinete.

Crimes investigados e desdobramentos

As emendas desviadas, que seriam destinadas a custeio e investimentos em setores como saúde, educação e infraestrutura nos municípios alvos, apresentam indícios de superfaturamento e contratos ajustados para beneficiar empresas ligadas ao grupo investigado. Com a apreensão de quase R$ 3.2 milhões em espécie na casa do ex-prefeito Marcel, e com 16 mandados cumpridos, a Operação Overclean continua avançando. Os crimes que estão sendo considerados e apontados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. O ex-prefeito Marcel Carvalho, inclusive, apresentou-se voluntariamente à PF e afirmou estar disponível para prestar esclarecimentos.

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Foto: Polícia Federal

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