O Quilombo Mimbó recebeu na manhã desta quinta-feira (22) a visita do pesquisador italiano Vittorio Moroni e da escritora, produtora, pesquisadora e poetisa, Marleide Lins.
Um trabalho de inclusão social que está sendo desenvolvido por Vittorio em uma comunidade Afro na Bahia teve como extensão para fins comparativos a comunidade Mimbó, em Amarante.
Marleide Lins, é natural de São Paulo e já vem desenvolvendo pesquisas com projetos editoriais sobre diversidade cultural. Pelos serviços prestados à cultura do Estado do Piauí a Câmara Municipal de Teresina concedeu a ela o título de cidadã teresinense no ano de 2012.
Ela explicou ao Somos Notícia que “no grupo Axé (na Bahia), Vittorio trabalha com uma comunidade afro que é diferente do Mimbó, que é uma comunidade tradicional e é remanescentes de quilombos de povos escravizados”, segundo ela, o pesquisador “quis fazer essa comparação entre as duas realidades”.
O resultado da pesquisa, segundo o Vittorio Moroni, vai resultar para a comunidade em um documentário em 2019, que deve narrar a cultura e a essência da tradição enquanto comunidade remanescente de quilombo, de povos escravizados.
“O que mais me chamou a atenção foi a proximidade com a cidade e o respeito às origens, isso é muito forte aqui. Eles vivem próximos, mas sabem que existem diferenças entre raízes. Ao mesmo tempo, vemos o respeito quanto à língua, cultura, dança e religião. Eu fiz essa pesquisa aqui para, no próximo ano fazer um documentário. Agora estou tentando entender as divisas de territórios e culturas. Neste momento, estou vindo da caverna de onde os escravos fugiram no início da história deste lugar. Para mim, é emocionante por conta dessa variedade”, disse o pesquisador.
O secretário de Cultura e Turismo do município, Ronaldo Brandão, acompanhou a equipe e considerou que o município entra num momento ímpar da sua história com o trabalho dos pesquisadores.
“O Mimbó é um dos primeiros (quilombos) do país, o primeiro do Piauí e é parte da nossa origem. É com muita satisfação que apoiamos esse projeto, que faz ímpar esse momento da sua história. Isso nos deixa felizes, principalmente depois de termos conseguido inserir Amarante no Guia Turístico do Piauí e no mapa do turismo nacional”, afirmou o secretário.
Vittorio Moroni já fez quatro filmes para o cinema europeu. Ele é ainda roteirista e cineasta, além de amante dos assuntos afrodescentes para os quais se tornou pesquisador.
Fotos: Gisele Duarte e Leomar Duarte
