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O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou a Operação Endpoint, uma ação de grande escala que visa desmantelar um esquema milionário de pirataria de filmes e séries em plataformas de streaming, que também utilizava métodos sofisticados de lavagem de dinheiro. A operação, que mobilizou órgãos parceiros, focou na pirataria digital e nos crimes financeiros subsequentes.
O Ministério Público do Ceará, em conjunto com outros órgãos, realizou a “Operação Endpoint” nesta terça-feira (18), abrangendo três estados brasileiros: Ceará, Alagoas e Santa Catarina. A investigação resultou no bloqueio de R$ 12 milhões das contas dos investigados e no fechamento de 14 empresas e 118 sites envolvidos no esquema. No Ceará, os mandados judiciais foram cumpridos em Fortaleza e em quatro municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF): Chorozinho, Eusébio, Maracanaú e Caucaia. Três pessoas foram presas durante a operação, e dois suspeitos permanecem foragidos.
Como o esquema milionário de pirataria funcionava no Ceará
A investigação da Operação Endpoint demonstrou que os criminosos atuavam como se fossem prestadores de serviço de TV por assinatura, oferecendo programação televisiva, séries e filmes sem ter a autorização dos detentores dos direitos autorais e em desacordo com a legislação vigente.
A captação de clientes era ampla, utilizando páginas na internet, hospedadas em serviços de criação de sites como Wix e Hostinger, além de grupos em redes sociais, como WhatsApp e canais no Telegram. A monetização da pirataria digital se dava por meio de estruturas de pagamento on-line, com o uso de empresas especializadas em checkout e gateway, recebendo valores principalmente via Pix.
O promotor Silderlândio Nascimento, do Gaeco, explicou que a organização criminosa utilizava “laranjas” para movimentar os recursos oriundos da pirataria digital, com o objetivo de ocultar a real titularidade dos bens e ativos, causando grande prejuízo à economia e à sociedade. Após a quebra de sigilos bancário, fiscal e digital, a polícia conseguiu observar a expressiva movimentação financeira nas contas dos investigados e de suas empresas vinculadas, proveniente da atividade ilícita.
Fortaleza e Chorozinho: Prisões e apreensões em 5 cidades da RMF
Os mandados de busca, apreensão e prisão no Ceará foram concentrados na capital e na Região Metropolitana, incluindo as cidades de Fortaleza, Chorozinho, Eusébio, Maracanaú e Caucaia.
Um dos focos cruciais da Operação Endpoint ocorreu em Chorozinho, a 68 quilômetros de Fortaleza. O delegado Felipe Ribeiro, do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça, revelou que na residência investigada em Chorozinho ocorria a venda do serviço de TV pirata e também a lavagem de dinheiro com criptomoedas.
No local, a polícia encontrou duas grandes estações de mineração, usadas para a produção de criptoativos. Segundo o delegado, o investigado recebia dinheiro dos demais envolvidos no crime de pirataria virtual e o convertia em criptomoedas, cometendo o crime de lavagem de dinheiro.
Sites piratas fechados: DezPila, Tyflex e Onlyflix
A Justiça determinou que as plataformas de streaming piratas, que utilizavam nomes como “DezPila”, “Tyflex” e “Onlyflix”, sejam impedidas de aparecer em redes de busca, como o Google.
O delegado Felipe Ribeiro alertou sobre os riscos da pirataria para os usuários, destacando que mais de 7 milhões de famílias utilizam esse tipo de serviço, muitas vezes sem saber dos perigos, como a instalação de vírus nos equipamentos e o vazamento de dados.
Lavagem de dinheiro com criptomoedas e furto de energia em Chorozinho
Além da lavagem de dinheiro, as autoridades encontraram indícios de furto de energia elétrica na casa em Chorozinho onde operava a estação de mineração de criptoativos. O delegado Ribeiro explicou que a operação das estações de mineração de criptoativos consumia uma quantidade significativa de energia, levando o proprietário do imóvel a furtar eletricidade.
R$ 12 milhões bloqueados e ação em Ceará, Alagoas e Santa Catarina
A Operação Endpoint, liderada pelo Ministério Público do Ceará em parceria com diversos órgãos, demonstrou a abrangência interestadual do esquema de pirataria, com ações em Ceará, Alagoas e Santa Catarina. Os 19 mandados de busca e apreensão e as prisões de três pessoas culminaram no bloqueio de R$ 12 milhões das contas dos envolvidos.
A Hostinger, uma das empresas citadas na investigação por ter hospedado páginas de captação de clientes, informou em nota que iniciou procedimentos internos e possui tolerância zero a atividades ilegais. A empresa garante investigar imediatamente denúncias válidas e cooperar com as autoridades, tomando medidas como a suspensão do serviço e o bloqueio de acesso.
Com informações do g1
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