O Ministério Público do Piauí (MPPI), por meio da 29ª Promotoria de Justiça, participou nesta quinta-feira (1º), do momento em que o Conselho Regional de Medicina (CRM) interditou o Hospital e a Maternidade do bairro Buenos Aires.
A interdição ética decorre de várias inspeções realizadas pelo Conselho Regional de Medicina na unidade hospitalar ao longo deste ano. A partir delas, foi verificada a falta de insumos básicos, principalmente soro fisiológico, equipamentos sem condições adequadas de funcionamento, bem como falta de médicos neonatologistas e anestesiologistas. Além disso, foi constatada a ausência do diretor-geral, que, de acordo com apurações, não comparece regularmente ao local de trabalho. Com isso, o hospital foi interditado por 60 dias.
Em sua explanação, o presidente do CRM, Dagoberto Barros, afirmou que tomou consciência de óbitos que podem ter relação com essas deficiências. Por conta disso, o Conselho fez um indicativo de interdição do hospital. “Recebemos uma notificação de casos em que crianças foram atendidas por telefone. Há equipamentos de fototerapia que, desde março, não são renovados. Estamos mandando relatórios, mas sem resposta”, afirmou o presidente. Nesse cenário, o Conselho determinou que a unidade não receba mais novos pacientes, até que a situação seja resolvida.
Ainda em suas declarações, o representante ministerial destacou que é de responsabilidade da Maternidade do Buenos Aires a inclusão de médicos especializados em neonatologia nas escalas diárias, para atendimento presencial. “O Ministério Público tem questionado, realizado audiências, expedido recomendações, no intuito de que a FMS adote providências urgentes para resolver estes e outros problemas, contudo isso não tem ocorrido”, pontuou.
Respondendo aos questionamentos, o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, disse que as providências necessárias serão tomadas, para que o Hospital não permaneça interditado. “Quanto à ausência de diretor-geral, já houve uma reunião com o prefeito de Teresina, e até a próxima semana haverá nova nomeação. Sobre os insumos, há um problema mundial, mas estamos fazendo licitações para haver uma reposição. Os pacientes que viriam para a unidade serão transferidos para o Hospital da Primavera”, finalizou.
Ao final, diante da interdição e das notícias de novas irregularidades, o MPPI acompanhará as providências por parte da FMS para sanar as deficiências e instaurará procedimentos investigatórios para apurar a morte de um bebê, a falta de médicos neonatologistas e, por fim, a ausência do diretor-geral do hospital.
Fonte: Ministério Público do PI
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