Uma coalizão de rebeldes do Mali alertou que a saída da MINUSMA, a força de manutenção da paz, pode prejudicar um acordo de paz.
A saída de uma missão de manutenção da paz das Nações Unidas do Mali será um “golpe fatal” para um acordo de paz e ameaçará a estabilidade em toda a região, alertou uma coalizão de grupos armados no norte do país na quarta-feira.
O governo militar do Mali pediu na sexta-feira à força de manutenção da paz, conhecida como MINUSMA, que partisse “sem demora”, uma exigência que se seguiu a anos de relações desgastadas entre a ONU e a liderança militar de Bamako.
Em maio, vários milhares de manifestantes se reuniram na capital do país, Bamako, pedindo que a missão da ONU conhecida como MUNISMA (Missão de Estabilização Integrada Multidimensional das Nações Unidas no Mali) deixasse o país, dizendo que não conseguiu trazer a paz.
Mas a coligação, o Quadro Estratégico Permanente para a Paz, Segurança e Desenvolvimento (CSP-PSD), disse em comunicado na quarta-feira que a saída da MINUSMA “sem uma alternativa credível constituiria uma ameaça à segurança no Mali e em toda a região”.
Um porta-voz do governo não respondeu a um pedido da agência de notícias Reuters para comentar.
Não está claro se ou quando a MINUSMA sairá. A força está no país da África Ocidental desde 2013, depois que uma rebelião separatista liderada pelos tuaregues foi sequestrada por grupos armados que mataram milhares de pessoas e controlam grandes partes do norte e do centro.
A MINUSMA lutou para conter a violência, mas desempenhou um papel importante em aplacar os separatistas, que interromperam sua ofensiva em 2015 com o Acordo de Argel.
Ainda assim, os signatários têm se desentendido com o governo militar que consolidou o poder em dois golpes em 2020 e 2021. Em dezembro, CSP-PSD desistiu das negociações, dizendo que só voltaria à mesa em um país neutro sob mediação internacional. .
O mandato da MINUSMA termina em 30 de junho e estava em negociações para estendê-lo antes do anúncio de Mali. Especialistas em segurança disseram que uma partida ordenada de 13.000 soldados e equipamentos pode levar pelo menos um ano.
Havia temores de que o país – que queimou pontes com aliados ocidentais desde os golpes e pediu ajuda ao empreiteiro militar russo Wagner Group – pudesse afundar ainda mais no caos se os sentimentos separatistas ressurgissem.
Com informações do site Al Jazeera
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