“G8 papal” quer redigir nova constituição para o governo da Igreja Católica

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O chamado “G8 papal”, o conselho dos oito cardeais nomeados pelo papa Francisco para ajudá-lo em seu governo, está inclinado a redigir uma nova constituição para regular a composição e o funcionamento da Cúria, o governo da Igreja Católica.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou nesta quinta-feira que os cardeais se orientaram pela necessidade de “não simplesmente atualizar com pequenos retoques a Constituição Apostólica Pastor Bonus, mas “redigir uma nova com novidades consistentes”. As primeiras reuniões do conselho começaram na terça-feira e tinham previsão de encerramento nesta quinta-feira.

A atual Pastor Bonus foi promulgada pelo papa João Paulo II em 1988, e instituiu uma série de alterações no funcionamento da Cúria Romana. Mas, desde então, o governo da Igreja Católica é alvo de várias denúncias acobertadas de pedofilia, de roubalheira, de corrupção e de chantagem envolvendo prelados, que sequestravam o poder decisório do Vaticano mediante extorsão.

“A ideia é destacar a natureza da Cúria a serviço das Igrejas locais, na direção de eliminar o caráter centralizador”, explicou Lombardi.
Em entrevista publicada pelo jornal italiano La Repubblica na terça-feira, o papa havia denunciado que o defeito da Cúria é se ocupar somente dos problemas da Santa Sé, esquecendo o mundo que a rodeia. "A Cúria é Vaticano-cêntrica. Vê e se ocupa dos interesses do Vaticano e esquece o mundo que a rodeia. Não compartilho esta visão e farei de tudo para mudá-la", disse o papa na ocasião.

O chamado "G8" foi formado em abril. Desde então, os cardeais coletaram centenas de propostas de todo o mundo e prepararam um informe de mais de 500 páginas para entregar a Francisco.

Nos três dias de reunião, informou Lombardi, também se abordou o tema da poderosa Secretaria de Estado, que segundo os oito cardeais, “tem que ser para todos os efeitos uma secretaria do papa”.

Reunião – Uma consideração, apontou Lombardi, que Francisco levará muito em conta é a posse do antigo núncio na Venezuela, Pietro Parolin, como secretário de Estado em substituição Tarcisio Bertone, no próximo dia 15 de outubro.

O Conselho de cardeais também levantou outra possível novidade, a criação figura do Moderator Curiae, um mediador das relações entre os chefes dos dicastérios, os “ministérios” que formam o governo da Igreja, e o papa. Assim se tiraria essa competência, como é hoje, da Secretaria de Estado.

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Outro tema foi “a possível reordenação das instituições que se ocupam das administrações dos bens temporários da Igreja”, acrescentou Lombardi. Também foi debatida a necessidade de reorganizar o Sínodo dos bispos – assembleia eclesiástica que trata de assuntos das dioceses.

Início – O pontífice começou esta primeira rodada de reuniões introduzindo uma “reflexão sobre eclesiologia do Concílio Vaticano II”, ou seja, sua influência na Igreja.
Na mesma reflexão, falou sobre “a missão da Igreja, das relações entre igrejas locais e a Igreja universal, sobre o tema da Igreja dos pobres, dos laicos na Igreja, sobre o caráter de serviço das instituições eclesiásticas, sobre o serviço ao bem comum”.

Outras reflexões abordaram como enfrentar “o estudo de argumentos da pastoral familiar aos que o papa já se referiu”, disse Lombardi sobre o tema dos divorciados que voltam a se casar.

Lombardi voltou a reiterar que todos as assuntos vão demandar uma “longa reflexão”, e que não se deve esperar que as mudanças sejam imediatas.

Fazem parte do “G8” o italiano Giuseppe Bertello, governador do Estado da Cidade do Vaticano; o chileno Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile; o indiano Oswald Gracias, arcebispo de Mumbai; o alemão Reinhard Marx, arcebispo de Munique; o congolês Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa; o americano Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston; o australiano George Pell, arcebispo de Sydney; e o hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, que atua como o coordenador do grupo.

(Com agência EFE)

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