Fraudes de empréstimos – A prática do empréstimo com descontos em contas bancárias sem a autorização de beneficiários do INSS é cada vez maior em Amarante.
De forma anônima, a ação envolve a liberação de dados dos aposentados e do recurso financeiro junto à instituição bancária.
A aposentada F. de S., residente em Amarante, paga atualmente sete empréstimos, seis deles sem o seu consentimento, geralmente em bancos que ela afirma nem saber que existiam.
“Um dos empréstimos foi no Itaú, os outros foram feitos em bancos que eu não conheço”, disse ela.
F. de S. somente se deu conta dos empréstimos quando percebeu as cobranças abusivas no benefício.
“O advogado me disse para tirar um extrato para ver o que estava acontecendo. Ele disse que tem muita coisa errada”, completou a aposentada, afirmando que está se sentindo lesada.
O esposo da aposentada, identificado como F. A. de G., surge como mais uma vítima dos golpistas. Ambos são clientes do Banco Bradesco de Amarante há mais de ano. “Disseram que o meu esposo tem um empréstimo feito em cheque especial”, afirmou ao Somos Notícia F. de S..
F. de S. confirma já ter feito outros empréstimos, “mas quase todos foram pagos. Hoje só resta um dos que foram feitos. Os outros eu tenho certeza que não fiz.”
Os valores não foram revelados pelas vítimas, mas, segundo elas, os empréstimos foram divididos em 60 meses.
Na última terça-feira (23) a polícia desbaratou em União e Teresina uma quadrilha composta de estelionatários. Ao todo foram presos quatro integrantes especializados em fazer empréstimos em contas bancárias.
“Já sabemos que eles agiam nas cidades de Palmeirais, Gonçalves Dias, União, mas sabemos que tem mais cidades”, afirmou ao G1 o major Gilvan, do 8º BPM, de Teresina.
Bancos e INSS apontados com coniventes nas fraudes de empréstimos
A aposentada de Amarante, M. A. S. D., acredita na conivência das instituições. “Eles fazem os empréstimos e, às vezes, deixam o valor na conta da gente porque é nos juros que o banco ganha“, disse ela ao ratificar que geralmente são empréstimos feitos, cujos pagamentos ultrapassam a 60 parcelas com “juros absurdos”.
M. A. S. D. já teve três empréstimos feitos em seu benefício, e com assinatura e documentos falsificados.
“Não há como não ter funcionários de bancos e do INSS envolvidos nessas quadrilhas, um libera os dados e ou outro o recurso”, completa.
Em um dos empréstimos, a aposentada afirma que quando percebeu o valor depositado na conta ficou sem saber quem tinha colocado. “Eles fazem com facilidade empréstimos em nosso nome sem a gente estar presente. Por isso eu digo que nessas quadrilhas tem gente de bancos e INSS. Portanto, tem muita coisa que precisa de investigação”, encerra.
Edição e postagem: Denison Duarte