Alvos de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar participação nos desvios da Petrobras, os seis políticos do PP gaúcho teriam recebido, segundo depoimentos do doleiro Alberto Youssef, uma mesada que variava entre R$ 30 mil e R$ 150 mil. Os recursos seriam provenientes de contratos da Petrobras.
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Na petição 5260 protocolada no Supremo, o procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot cita depoimentos de Alberto Youssef, nos quais o doleiro afirma o pagamento desta mesada. Ele cita os deputados gaúchos Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Luis Carlos Heinze, Afonso Hamm e Renato Molling, mais o ex-deputado Vilson Covatti, como beneficiários do esquema.
Conheça os próximos passos da investigação a partir da lista
No depoimento prestado em fevereiro de 2015, Youssef diz que “que quem comandava a alta cúpula do Partido Progressista tinha participação maior nos valores a serem recebidos, como José Janene, Mario Negromonte, João Pizzolatti, Pedro Correa e Nelson Meurer, que recebiam em torno de R$ 250.000,00 a R$ 300.000,00 mensais”.
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Na fala, o doleiro completa “que havia outros deputados do PP, cuja posição era de menor relevância dentro do partido, que recebiam entre R$ 30.000,00 a R$ 150.000,00 por mês”. Nesta lista aparecem os seis gaúchos.
Em outro depoimento, também em fevereiro passado, Youssef confirmou as informações prestadas anteriormente e revelou “que os valores eram entregues semanal ou quinzenalmente aos líderes do Partido Progressista em Brasília”. O doleiro disse que ter “certeza” de que os seis gaúchos receberam valores.
CONTRAPONTOS:
O que disse o ex-deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), em entrevista à Rádio Gaúcha:
“Pra mim (ter o nome na lista), é uma surpresa. Acredito que nosso nome entrou para diluir a culpa de alguém”.
O que disse o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), em entrevista à Rádio Gaúcha:
“Não tenho relação com isso. Não recebi doação de nenhuma empresa investigada na Lava-Jato”.
O que disse o deputado federal José Otávio Germano (PP-RS), por meio de nota:
“Como homem público e agente político, me coloco à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários, bem como para atender aos comandos eventualmente a mim dirigidos. Rechaço e lamento, de forma veemente, a inclusão de meu nome no rol de parlamentares relacionados a esta investigação, mas asseguro à sociedade brasileira e, em especial aos cidadãos gaúchos, que não tenho absolutamente nada a ver com quaisquer ilícitos relativos a Petrobras”.
O que diz o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), por meio de nota:
“Estou surpreso, mas estou tranquilo. Não tenho ligação nenhuma, não é gente da minha relação. Estou tranquilo, de sangue doce, sem problema nenhum. Os recursos que eu recebi (para campanha) do partido são públicos, estão na minha prestação de contas, foi aprovada, não tenho mais nada a dizer sobre esse assunto”.
O que disse o ex-deputado federal Vilson Covatti (PP-RS), em entrevista à Rádio Gaúcha:
“Quero entender o porquê meu nome foi citado nesta operação, porque nunca tive contato com nenhum dos citados, nem com as empresas. Não recebi um centavo sequer”.
Fonte: ClicRBS