Segundo o pedagogo e bibliotecário da Associação dos Cegos do Piauí (Acep), Luis Sampaio, que participa do clubinho como instrutor, os livros em braille vêm despertando o interesse das crianças de uma forma geral e também dos pais. “Está sendo muito satisfatório participar do espaço. Mostrar o sistema braille, como ele funciona, é muito bom. A gente percebe o interesse das pessoas, principalmente, daquelas que não têm deficiência visual”, revela.
O clubinho tem como proposta estimular o conhecimento do alfabeto e incentivar a leitura criando uma relação lúdica com o livro através da oferta de obras diversas e de jogos infantis. Já os livros em braille têm como objetivo democratizar o conhecimento do sistema de leitura para cegos e promover a acessibilidade.
De acordo com Luis Sampaio, os livros em braille disponíveis no espaço não são voltados só para as crianças com deficiência visual. As obras trazem texto e ilustrações, além das gravações em alto-relevo, o que permite um uso mais abrangente.
As temáticas de algumas obras também merecem destaque por abordar vários tipos de deficiências além da visual, como a obra “Agora e comigo” de Manuel Filho que fala da deficiência motora e “O lanterna”, que trata da deficiência intelectual.
Contação de histórias em libras
Outra atividade que objetiva divertir, educar e promover a acessibilidade no parque Nova Potycabana é a contação de histórias infantis acompanhada de um tradutor de libras.
Na segunda participação da contação dentro da programação de férias do Parque, a contadora Marilene Evangelista, acompanhada do tradutor de libras Almeida Júnior, vai encantar a criançada com histórias da famosa escritora infantil Ana Maria Machado e de Luis da Câmara Cascudo.
Para o instrutor Almeida Júnior, um dos aspectos mais importantes dessa atividade é mostrar que promover a acessibilidade vai além da construção de equipamentos físicos. “O Parque mostra que acesso não é apenas construir rampas, mas promover ações de lazer e interação entre as pessoas, sejam elas deficientes ou não”.
Ainda segundo ele, a literatura é um dos principais meios de educação para as crianças com deficiência auditiva. “A literatura é muito importante para a criança surda, que vai criando modelos de orientação. A partir dela a criança aprende o que é ser honesta, como é importante não passar por cima dos outros e que não se deve ser egoísta”, explica.
Além do Clubinho de Leitura, que funciona das 17h às 20h durante os fins de semana de julho na Potycabana e, da Contação de Histórias, que acontece a partir das 17h30, o Parque oferece banheiros adaptados, piso táctil, rampas e barras de apoio, que garantem às pessoas com deficiência um espaço acessível para a visitação.
As duas iniciativas fazem parte da programação oficial de férias promovida pelo Governo do Estado, através da Coordenadoria da Juventude (Cojuv) em parceria com a Secretaria da Educação do Estado do Piauí (Seduc), com apoio da Coordenadoria Estadual (CCom). Para mais informações sobre a programação, e só procurar a administração da Nova Potycabana, localizada no próprio Parque.