Criminosos usam chips de celulares para invadir contas bancárias e aplicar golpes milionários

Polícia

Uma quadrilha especializada em clonar chips de celulares e invadir contas bancárias foi desarticulada esta semana pela Polícia Civil do Distrito Federal e de São Paulo. A investigação, que durou meses, revelou um esquema criminoso sofisticado, onde os criminosos usavam a tecnologia para aplicar golpes milionários em clientes de bancos. O grupo, conhecido como “Quadrilha do Chip”, agia de forma organizada, com divisão de tarefas e líderes que comandavam as operações de diferentes estados.

O líder da quadrilha, Henrique, foi preso em sua residência em um condomínio de alto padrão em São Paulo. Rogério, outro membro importante do grupo, também foi detido em sua casa, enquanto Lucas, conhecido como “Brian”, o responsável por clonar os números de telefone das vítimas, foi preso no apartamento onde morava em Brasília. Durante as buscas, a polícia apreendeu computadores, celulares e diversos chips de telefone usados pelos criminosos.

Início da investigação

A investigação começou no ano passado, quando funcionários de uma agência bancária procuraram a polícia para denunciar que estavam sendo procurados por criminosos que solicitavam informações sobre clientes vips. A partir daí, os agentes iniciaram uma investigação minuciosa, monitorando a movimentação financeira do grupo. Em seis meses, a quadrilha movimentou cerca de R$ 8 milhões.

Clonagem dos chips de celulares

A forma de atuação da quadrilha era bastante inovadora. Os criminosos clonavam os chips de celulares das vítimas, obtendo acesso total aos seus aparelhos. Com isso, eles conseguiam acessar contas bancárias, redes sociais e aplicativos, sem que os donos dos aparelhos percebessem.

Um delegado, que também foi vítima do grupo, relatou o terror que passou ao descobrir que sua linha telefônica havia sido clonada. “Levei um susto enorme quando recebi uma mensagem no meu celular informando que o meu número tinha sido transferido para outra pessoa. Quando fui verificar, a linha já estava no nome de outra pessoa. Imediatamente entrei em contato com a operadora e com o meu banco para bloquear a linha e a conta”, contou o delegado.

No dia seguinte, ao verificar seu extrato bancário, o delegado se deparou com dezenas de compras e débitos no valor de R$ 11.500. “Foi um transtorno imenso, entrei em desespero. Só consegui reverter a fraude depois de contratar um advogado e entrar com uma ação na justiça”, disse o delegado.

O alerta da polícia em relação à prática dos criminosos

A polícia alerta para o perigo de clicar em links suspeitos e de fornecer informações pessoais por mensagens de texto. “A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para o crime, por isso é fundamental estarmos atentos e tomarmos cuidado com as informações que compartilhamos online”, alertou um dos investigadores do caso.

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