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ChatGPT Ghibli: Entenda as polêmicas por trás da febre de imagens

ChatGPT Ghibli: entenda as polêmicas e críticas da trend de IA
ChatGPT Ghibli: entenda as polêmicas e críticas da trend de IA | Foto: reprodução

Trend viral que imita estilo de animação japonesa no ChatGPT gerou sobrecarga na OpenAI, mas também acendeu debates sobre direitos autorais, ética e até política.

A febre de imagens geradas pelo ChatGPT no estilo das icônicas animações do Studio Ghibli tomou conta das redes sociais nesta semana, levando os servidores da OpenAI ao limite. “Nossas GPUs estão derretendo”, admitiu o CEO Sam Altman. No entanto, por trás da estética viral e da sobrecarga técnica, a trend ChatGPT Ghibli despertou intensas polêmicas e críticas, levantando questões sobre direitos autorais, o valor da arte humana e até mesmo implicações políticas.

A viralização e o alerta técnico

Milhares de usuários utilizaram a ferramenta de IA generativa do ChatGPT para recriar fotos, memes e cenas do cotidiano com a estética Ghibli. A popularidade foi tão avassaladora que Altman precisou comentar publicamente sobre a sobrecarga nos sistemas da OpenAI, indicando a necessidade de impor limites temporários ao uso do recurso. Mas o problema técnico foi apenas a ponta do iceberg das discussões geradas.

Direitos autorais e valor artístico em xeque

A principal camada da polêmica ChatGPT Ghibli reside na questão dos direitos autorais e na ética de usar IA para imitar um estilo artístico tão distinto e reconhecível. Surgiram debates acalorados sobre como essa prática pode violar a propriedade intelectual do Studio Ghibli e desvalorizar o trabalho minucioso e manual dos artistas que definiram essa estética.

Como aponta Brian Merchant em sua newsletter Blood in the Machine, usar o trabalho do Studio Ghibli para promover a capacidade da IA pode ser interpretado como um “movimento de poder” das empresas de tecnologia sobre os criadores originais, basicamente dizendo: “Nós pegamos o que queremos (…) Você consente? Não nos importamos.”

A fúria de Miyazaki: “Insulto à Vida”

A controvérsia ChatGPT Ghibli ganhou ainda mais força ao relembrarem a posição notoriamente anti-IA de Hayao Miyazaki, co-fundador do Studio Ghibli. Um trecho de um documentário de 2016, onde Miyazaki reage com repulsa a uma demonstração de animação gerada por IA, viralizou novamente. No vídeo, o cineasta classifica a tecnologia como um “insulto à vida em si“, expressando profunda aversão à ideia de máquinas criarem arte sem compreensão ou sentimento.

Ver o ChatGPT replicando justamente o estilo Ghibli, que ele tanto preza pela humanidade e pelo trabalho manual, foi visto por muitos como um desrespeito direto à visão do artista.

Análise política: da Casa Branca à “Indiferença Trump”

A discussão em torno do ChatGPT Ghibli também adquiriu um viés político, especialmente após a página oficial da Casa Branca no X (antigo Twitter) aderir à trend, utilizando a estética Ghibli para ilustrar uma postagem sobre a deportação de uma imigrante.

Adi Robertson, repórter do The Verge, argumenta que essa apropriação não é inocente. Ela traça um paralelo entre a mentalidade por trás do uso indiscriminado do filtro Ghibli por entidades de poder e a “total indiferença da era Trump para com os outros seres humanos”. Robertson sugere que a estética da mídia gerada por IA se tornou central no movimento MAGA (“Make America Great Again”), refletindo os vínculos de Donald Trump e seus aliados (como Elon Musk, da xAI, e David Sacks, nomeado “czar da IA”) com a indústria de inteligência artificial.

Segundo essa análise, usar o filtro Ghibli para temas sensíveis como imigração, ignorando as críticas do próprio criador e as questões éticas, seria um reflexo dessa “insensibilidade como prerrogativa do poder”.

Conclusão: mais que imagens, um debate

Portanto, a trend ChatGPT Ghibli, embora visualmente atraente para muitos, transcendeu a simples geração de imagens fofas. Ela se tornou um catalisador para debates cruciais sobre direitos autorais na era da IA generativa, o valor insubstituível da arte humana, a ética por trás da replicação de estilos e até mesmo as complexas intersecções entre tecnologia, cultura e política. A “febre” pode passar, mas as polêmicas levantadas pelo ChatGPT Ghibli certamente continuarão a ecoar.

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Com informações do Olhar Digital

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