Como se não bastasse a reclamação de que funcionários estão com salários atrasados e parecem exercer trabalhos voluntários, as crianças sofrem há tempos com a falta de merenda escolar. Aliás, esse é um problema crônico não só em São Luís, mas principalmente em cidades do interior do estado.
Sem receber os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, funcionários de creches improvisam o lanche das crianças. Na União dos Moradores da Vila Jambeiro está sendo servido café com farinha no lugar da merenda, que não chega à mesa.
Em creches de outros bairros, como a do Olho D’água por exemplo, a situação só não é mais grave por causa das doações de alimentos por uma igreja que garante ao menos uma refeição diária. Mas até quando essas doações podem suprir a demanda?
A Prefeitura de São Luís tentar justificar com a informação de que há problemas na documentação exigida pelo Fundeb para o repasse do dinheiro, mas não detalha que documentação é essa e por que tanta demora.
Segundo a Prefeitura das 157 creches que solicitaram recursos do programa federal, menos da metade recebeu: 43 estão com os recursos em dias.
Enquanto a Semed tem se reunido com representantes de instituições que emitem as certidões a fim de agilizar os trâmites de processos para o repasse dos recursos o problema se agrava e a realidade das creches da capital fica desesperadora.
Ainda bem que existem profissionais, que mesmo sem receber salários, não desistem de cuidar dessas crianças que não tem com quem ficar, e algumas nem o que comer.