Last updated on 30 de outubro de 2025
A megaoperação policial na Zona Norte do Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história recente do estado, resultou oficialmente em 64 mortos no Complexo da Penha. No entanto, um dia após a operação, moradores do Complexo da Penha resgataram e expuseram mais de 60 corpos de uma área de mata, levantando dúvidas severas sobre o balanço final da operação no Rio de Janeiro.
Na manhã da quarta-feira (29), os corpos, todos de homens, foram levados para a Praça São Lucas, no centro da comunidade, onde ficaram corpos expostos em praça para registro da imprensa. Segundo relatos de moradores à imprensa, esses corpos não faziam parte da contagem oficial de 64 vítimas.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, confirmou ao G1 que os cadáveres reunidos na praça não constavam dos números oficiais. Ele acrescentou que seria realizada uma perícia para determinar a relação das mortes com a operação policial. Se essa informação for confirmada, o número de óbitos decorrentes da operação pode ultrapassar 100.
Os Corpos retirados de área de confronto estavam localizados na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, ponto onde se concentraram os embates entre forças de segurança e traficantes. A megaoperação policial mobilizou cerca de 2.500 agentes e tinha como objetivo cumprir mandados de prisão contra o Comando Vermelho, um dos principais grupos criminosos do país. Essa ação da polícia para impedir avanço da facção foi descrita pelo ativista Raull Santiago, morador do complexo, como uma “chacina”.
O relatório oficial divulgado na noite anterior registrava 64 mortos (60 suspeitos e 4 policiais), além de 11 feridos e 81 prisões. Paralelamente, outras seis vítimas foram encontradas em área de mata no Complexo do Alemão e levadas ao Hospital Getúlio Vargas. O resgate dos corpos nas comunidades foi majoritariamente liderado por mulheres em busca de seus familiares.
Com informação do site Isto É
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