Assembleia de AL exonera servidora com salário de R$ 12 mil que receberia Bolsa Família

Política
A Assembleia Legislativa de Alagoas exonerou, nesta segunda-feira (30), a servidora Joana D’Arc da Silva. A demissão ocorreu um dia após a divulgação de que ela receberia Bolsa Família e era funcionária do legislativo estadual com salário superior a R$ 12.000.

A informação de que ela era beneficiária do programa federal foi divulgada neste domingo (29) em reportagem do programa "Fantástico", da TV Globo.

A matéria falou sobre a investigação do MPE (Ministério Público Estadual) sobre um suposto desvio de recursos da Assembleia na ordem de R$ 70 milhões, por meio de depósitos irregulares.

Diante da gravidade e complexidade das denúncias, o MPE designou uma comissão de 15 promotores para investigar o caso.
Supersalário

Em agosto, segundo folha da Assembleia de Alagoas, a servidora recebeu R$ 12.076,70 de vencimentos. Joana D’Arc, o marido e a filha receberam 277 depósitos suspeitos, em suas contas –entre janeiro de 2012 e junho de 2013–, no valor total de R$ 1,6 milhão.

A suspeita do MPE é que grande parte dos vencimentos é repassada a deputados estaduais, numa espécie de "complemento salarial" irregular.

De acordo com o advogado da família, não há irregularidades nos depósitos recebidos. A CGU (Controladoria Geral da União) também deve investigar o pagamento de benefícios irregulares.

Em junho, o UOL divulgou que relatórios da CGU apontavam para pagamentos irregulares a servidores, empresários e até mortos.

A Assembleia confirmou –por meio da assessoria de imprensa do presidente da Casa, Fernando Toledo (PSDB)– que D’Arc foi exonerada após a informação de que ela receberia o benefício, mas não soube dar detalhes.

O UOL tentou contato nesta segunda-feira com o procurador-geral da Assembleia, Fábio Ferrário, mas os seus dois telefones estavam desligados.
Investigação

Segundo a investigação do MPE, existem centenas de pessoas que receberam pagamentos da Assembleia desde 2011, mas que nunca deram um dia de expediente.

No início do mês, a Assembleia divulgou, pela primeira vez na Internet, a folha de pagamento com 2.200 nomes, sendo que apenas cerca de 200 trabalham.

A Assembleia informou que está adotando o ponto eletrônico para saber quem trabalha e prometeu abrir processos contra os "faltosos".

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