A brasileira e empresária baiana, Aila Raquel Ribeiro, CEO e fundadora da startup Alya Space, está desenvolvendo um projeto desde 2019 para lançar uma rede de satélites. Ela afirma que a motivação aconteceu quando ela, trabalhando como arquiteta urbanista, percebeu a dificuldade de obter imagens de alta resolução do Brasil a preços acessíveis.
“Eu percebi que havia um gap muito grande sobre não termos satélites brasileiros para fazermos imagens brasileiras e, portanto, ter aquele preço acessível a qualquer brasileiro“, disse Aila.
Monitoramento de imagens
Portanto, a jovem empresária diz que o seu objetivo é fornecer monitoramento e imagens de alta resolução para fins econômicos e ambientais.
A constelação será composta por 216 satélites de baixa órbita e alta frequência, e será dividida em duas fases: Alya 1 e Alya2, com um total de 108 satélites cada. “Eu desenhei minha missão no Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea. Junto com um físico do instituto, a gente viu quanto eu precisava em número de satélites para alcançar uma excelente cobertura para o propósito que eu queria.“
Os satélites, segundo a empresária baiana, vão utilizar sensoriamento remoto óptico e tecnologia de radar para oferecer imagens detalhadas em tempo real, independentemente das condições climáticas.
Um diferencial importante da Alya Space está na resolução das imagens: 50 cm por pixel, enquanto as imagens gratuitas disponíveis atualmente possuem apenas 10 m por pixel. Esse nível de detalhamento, aliado ao preço mais acessível, segundo ela, poderá beneficiar tanto o setor público quanto o privado em diversas áreas como agricultura, mineração, proteção ambiental e desenvolvimento de cidades inteligentes.
“Aquelas fotos que são adquiridas gratuitas têm 10 m de resolução por Pixel. A minha vai ter 50 cm de resolução por Pixel. Esse é o grande diferencial, porque a acurácia das imagens é muito grande. O outro diferencial é o preço“, enfatiza.
Parcerias internacionais
Aila buscou parceiros internacionais para concretizar sua visão. A fabricação dos satélites está a cargo da Hong Kong Aerospace Technology Group. A empresa foi escolhida pela sua capacidade de fabricação em massa, qualidade e uso de tecnologias avançadas como inteligência artificial e robótica. O primeiro satélite já está pronto, depois de ser submetido a testes rigorosos, aguardando, portanto, apenas a data do lançamento.
A brasileira está também em negociação com outras agências espaciais para o lançamento da rede de satélites. Guiana Francesa, Índia e Rússia estão entre as opções consideradas, sendo a base de Alcântara, no Maranhão, a preferida da empresária.
O primeiro lançamento está previsto para acontecer em dezembro de 2024, com outros satélites sendo lançados no ano seguinte. A Ayla Space vai construir também estações terrestres no Brasil para controlar, rastrear e receber os dados dos satélites, em parceria com universidades.
Caso o projeto seja bem-sucedido, Aila Raquel se tornará a primeira mulher da América Latina a lançar um satélite em órbita como CEO, fundadora e proprietária.
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