A permanência de Wellington Dias no Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome é considerada “insustentável” por auxiliares do governo. A crise, desencadeada por declarações do ministro sobre um possível reajuste do Bolsa Família, gerou turbulência no governo e nos mercados. A avaliação negativa de seu desempenho na pasta e a falta de alinhamento com outros ministros agravaram a situação.
A polêmica teve início quando Wellington Dias afirmou que o governo estudava um possível reajuste do Bolsa Família, declaração que causou forte reação no mercado financeiro, com a alta do dólar e a queda do Ibovespa. Em entrevista à Deutsche Welle, Dias admitiu que mexer no valor do benefício “estava na mesa”, surpreendendo a equipe econômica e gerando um desmentido da Casa Civil. A Casa Civil da Presidência da República divulgou uma nota negando qualquer estudo sobre o aumento do valor do benefício e afirmando que o tema não estava na pauta do governo.
A falta de sintonia entre os ministros do governo ficou evidente com essa crise, e a comunicação inadequada de um tema sensível como o Bolsa Família evidenciou a necessidade de mais diálogo interno antes de expor temas de grande impacto. A possibilidade de substituição de Wellington Dias ganhou força diante da má avaliação de seu trabalho na pasta, com outros integrantes do governo e do Centrão interessados em assumir o comando do ministério.
A instabilidade gerada pela crise afeta não apenas o governo, mas também o mercado, que reage às incertezas políticas com mudanças nos índices financeiros. A situação de Wellington Dias é considerada delicada, e a polêmica do Bolsa Família levanta questionamentos sobre o futuro do ministro e a coesão do governo Lula.
