O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Piauí anunciou o resgate de 180 trabalhadores em situação análoga à escravidão em 2022. Segundo o órgão, o estado é o terceiro com o maior número de pessoas resgatadas. Esse número é quatro vezes maior do que o registrado em 2020 e três vezes maior que o registrado em 2021.
As atividades com mais resgates no Piauí, de acordo com o MPT-PI, incluem extração de pedra, limpeza de área para plantio e extração de palha da carnaúba. O procurador-chefe do órgão no estado, Edno Moura, considera que o trabalho escravo é uma realidade ainda presente em todo o Brasil.
“O Piauí, infelizmente, não está livre do trabalho escravo. Pelo contrário, tem sido cada vez mais constante o resgate de trabalhadores submetidos à escravidão no estado. Desde 2004 já foram resgatados no Piauí mais de 1.480 trabalhadores, número que, ao mesmo tempo em que nos envergonham, exige uma profunda reflexão e uma atuação mais firme no combate ao trabalho escravo no estado, com participação mais efetiva tanto dos poderes constituídos como da sociedade civil”, afirmou ao site Cidade Verde.
Ações da sociedade e dos poderes constitucionais são necessárias para combater a prática de trabalho escravo no Piauí e em todo o país, resgatando a dignidade dos trabalhadores. Desde 2004, o MPT do Piauí já resgatou mais de 1.480 trabalhadores em situação análoga à escravidão.
“Submeter pessoas a jornadas exaustivas e a condições degradantes de labor configuram trabalho escravo. O trabalho escravo, em suma, agride, não apenas a liberdade do trabalhador, mas, sobretudo, sua dignidade, bem jurídico mais maltratado quando uma pessoa é reduzida à condição de escravo. Por isso, é importante estarmos vigilantes, fazermos as denúncias para eliminarmos a prática e cobrar políticas públicas eficazes que possam dar condições dignas de trabalho às pessoas”, destacou.
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